O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez duras críticas à velocidade da abertura de inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o peemedebista, o procurador geral da república Rodrigo Janot age com seletividade no procedimento dos requerimentos:
“Eu soube [da abertura dos inquéritos] pelo procurador-geral [Rodrigo Janot] na sexta-feira passada. Não sei, nem conheço o conteúdo, é secreto. Aliás, é impressionante a celeridade como se trata comigo, a seletividade e celeridade quando se tratam comigo. Deveria ter o procurador-geral da República a mesma celeridade com os demais investigados que existem lá. Eu não vi nenhuma outra denúncia ser apresentada contra quem quer que seja”, declarou Cunha.
Este fato provocou a estranheza de alguns deputados que são participantes da Comissão do Conselho de Ética no congresso. Isto tudo porque Eduardo Cunha é investigado nesta comissão desde novembro de 2015, e o processo vem se arrastando através de manobras e interferências produzidas pelo próprio parlamentar sendo este o presidente da casa.
O deputado federal José Carlos Araújo (PR-BA) criticou veementemente as palavras de Cunha fazendo uma comparação ao procedimento adotado pelo deputado na comissão de impeachment, que em 17 dias iniciou e concluiu o processo.
Fora isto, nesta terça-feira (26) o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, acusou novamente Eduardo Cunha de ter recebido "pagamentos ilegais" como parte de um esquema aonde Cunha pressionava as empresas sob a ameaça de fiscalizar os contratos feitos com a Petrobrás por meio de uma comissão especial. Baiano relatou como recebeu a ajuda de Eduardo Cunha para cobrar uma dívida de 10 milhões de Júlio Camargo, de acordo com Fernando Baiano o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, afirmou como Júlio Camargo estava preocupado com a ameaça desta comissão no congresso, e procurava firmar um acordo.
Ainda de acordo a delação, por meio deste pacto firmado entre Julio Camargo e Fernando Baiano, Eduardo Cunha havia recebido 4 milhões de reais, este dinheiro foi entregue por Baiano em espécie no escritório do deputado no Rio de Janeiro.
A delação foi interrompida quando o deputado Manoel Júnior do PMDB-RJ pediu ao relator do processo Marcos Rogério (DEM-RO) que procurasse ater-se apenas a parte da denúncia que investiga as contas de Cunha no exterior, entretanto Rogério rebateu esta petição com a ratificação de que não cabe ao relator a escolha das provas que chegam ao processo, e prosseguiu durante a sessão com os questionamentos no Conselho de Ética.
Com os inquéritos abertos chegam a cinco os números de procedimentos contra Eduardo Cunha no STF.
(Fotos: Reprodução)
0 comentários :
Postar um comentário