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terça-feira, 10 de maio de 2016

A ameaça chamada Delcídio Amaral


O presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-AL) ameaçou na tarde de ontem (09) suspender a votação sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Isto tudo porque membros da Comissão de Constituição e Justiça queriam adiar o julgamento de cassação do senador Delcídio Amaral.  

Renan afirmou que o processo envolvendo o caso de Delcídio tramita no senado já algum tempo e que qualquer procrastinação da casa seria interpretada como uma semelhança ao processo da câmara dos deputados no caso Cunha. Disse ainda que não cabe a CCJ levantar durante o processo provas contra qualquer pessoa diante do julgamento.

O caso gerou repercussão porque o senador do PSDB Aloysio Nunes pediu aos membros da Comissão que trouxessem ao processo partes da delação feita por Delcídio que continua em segredo de justiça pela Procuradoria Geral da República, o que talvez comprometa diretamente a pessoa do senador Renan Calheiros, uma vez que o senador é citado junto com as principais cúpulas do PSDB e PMDB por Amaral em esquemas envolvidos com a corrupção na Petrobrás.

“Vossa Excelência não vai dizer qual é meu papel”, respondeu Aloysio. “Penso. É minha opinião, que, para eu poder votar, em sã consciência, precisaria ter conhecimento desses fatos. Apenas isso. Por isso, requeri que a CCJ oficiasse à Procuradoria da República para que nos enviasse o conteúdo desse aditamento. Fatos novos que ocorreram! É isso que eu quero saber. Não há prejuízo nenhum para ninguém. Pelo contrário, há o benefício da instrução”, informou o senador tucano.

Leia na íntegra a delação de Delcídio Amaral:
 http://estaticog1.globo.com/2016/03/15/DELACAODELCIDIO.pdf

Diante da ameaça feita por Renan Calheiros, senadores começaram a apressar o rito para a cassação do senador afastado Delcídio Amaral, o requerimento já ganha status de caráter emergencial com a pressão operada pelo peemedebista. Os membros da CCJ reuniram-se de forma extraordinária no próprio plenário da casa e decidiram aprovar o requerimento do Conselho de Ética, pedido mediado pelo senador Romero Jucá principal aliado do vice-presidente Michel Temer e provável ministro do futuro governo.

“acho que algumas pessoas querem que o senador Delcídio participe do impeachment, mas eu manterei minha isenção”. Afirmou Renan no plenário.

Para a base de governo da presidente Dilma Rousseff a ameaça de Renan reflete a crise instaurada nas principais câmaras federais do país, outros setores do senado argumentavam nos bastidores um suposto “acordão” do PSDB com Delcídio, na tentativa de minimizar as acusações feitas na delação contra o líder da sigla o senador Aécio Neves. Já o senador Aloysio Nunes considerou esta fala como uma infâmia e disse que não fazia nada pensando em trazer Delcídio para a votação do impeachment.  

“a informação que tenho é que ele está de licença médica, a decisão da CCJ não tem nada a ver com isso (Impeachment)”. Afirmou Nunes.

Para Delcídio a celeridade da cassação do mandato dele proposto pelo senador Renan Calheiros é duvidosa, pois nas palavras dele a certeza de um erro cometido durante o mandato de senador não é motivo para haver sua cassação.

“Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho contas no exterior, estou sendo acusado de obstrução da justiça, e isso quando líder do governo, mas agi a mando, errei mais vou perder o mandato?”. Disse Delcídio na Comissão.


Fato é que a estranheza do acontecimento de ameaça do senador Renan Calheiros demonstra novamente como as articulações são pensadas no congresso federal, as conversas internas do senado diante de todo processo tramitado revelam interesses no mínimo capazes para serem pensados como escusos. O senado agora deve apressar a cassação do senador Delcídio Amaral e a votação deve ocorrer na tarde desta terça-feira (10).     

Foto-capa: Reprodução Istoé
Foto: Geraldo Magela / Agência senado.

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