O senado deve decidir
nos próximos dias sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, embasados nas denúncias levantadas pelos juristas; Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo
e Janaína Paschoal, sobre os crimes de responsabilidade fiscal.
A presidente Dilma
Rousseff tem adotado em seus discursos a ideia de que lutará até o fim das
suas possibilidades para manter-se no cargo. Em Pernambuco a chefe do executivo
discursou em tom de despedida para os operários da construção da transposição do rio São Francisco, disse que ficará triste se for afastada do cargo para não ver concluída a
construção.
“Trazer água para o
Nordeste era uma das exigências para que aqui a gente pudesse ter condições
dignas para a população, era fundamental. Se tiver uma coisa que vou ficar
muito triste na minha vida é não ver o dia que Dona Maria e Seu João abrirem a
torneira e eu não estar aqui para comemorar com vocês”. Disse a presidente.
Pessoas próximas de
Rousseff dizem que ela pretende descer a rampa do Palácio do Planalto quando
for notificada pela secretaria da presidência da república no afastamento de 180 dias
decidido pelo senado. Alguns de seus auxiliares temem que esta decisão passe
uma interpretação negativa ao público que assistirá pelos meios de comunicação o
provável evento. Todavia, a presidente
considera o ato simbólico, uma espécie de atitude de cabeça erguida, “pela
porta da frente”, dizem os assessores do Planalto.
Os movimentos sociais
concordam com esta atitude e afirma que o gesto demonstrará uma presidente forte, que
sairá aplaudida pelo povo, diferente do impeachment sofrido pelo ex-presidente
Fernando Collor.
“Alguns ponderam sobre
a forma que deveria ser esta saída, mas ela vai ter que sair de qualquer jeito,
então é melhor que saia pela frente, abraçada pelo povo e, principalmente fazendo
um discurso de resistência ao golpe”. Disse um dirigente da CUT em entrevista
aos jornalistas.
Dilma mencionou também em
Pernambuco os anos presididos na gestão do PT desde o governo do ex-presidente
Lula, fazendo alusão a antigos governos e problemas sociais não resolvidos no
Brasil, disse que as escolhas do partido dos trabalhadores possibilitaram aos
brasileiros, realidades jamais vividas no âmbito social.
Com a aprovação realizada pelo senado nesta
semana sobre a continuidade do processo, o texto agora desce ao plenário para a votação
individual de cada senador onde necessita apenas de maioria
simples de votos (41 entre os 81 senadores) para que o julgamento seja aberto.
Se afastada, a presidente perde metade do seu salário e o vice-presidente
Michel Temer assume interinamente o cargo da presidência nos 180 dias de
tramitação do julgamento.
Dilma Rousseff nega a
ideia de renunciar e diz que nunca considerou a possibilidade de aos 68 anos ter
que lutar novamente pela continuidade da democracia no Brasil.
“Se eu renunciar, eu
vou para debaixo do tapete, eu vou continuar brigando, porque eu sou a prova da
injustiça”. Disse a presidente.
O senado deve iniciar a
votação sobre o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da república no
plenário na próxima quarta-feira (11).
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