O ministro da transparência, Fabiano Silveira,
anunciou por meio de carta ao presidente interino Michel Temer sua demissão do
cargo. A decisão foi tomada depois que o áudio da conversa telefônica de
Silveira com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foi revelada no domingo (30) na reportagem feita pelo Fantástico (TV Globo).
No conteúdo da conversa Fabiano orientava Machado e
o senador Renan Calheiros a se defenderem da operação lava-jato. Servidores do
ministério e parlamentares pressionaram um posicionamento do presidente Temer
que diante da polêmica limitava-se a concordar com a permanência de Silveira no
cargo.
Fabiano virou alvo de servidores da antiga
Controladoria-Geral da União, que anunciaram que sequer cumpririam ordens do
ministro de hoje em diante. “Ele está ocupando o cargo de maneira ilegítima.
Não consideramos Fabiano ministro da CGU”. Disse em entrevista ao site UOL o presidente
do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon
Sindical), Rudinei Marques, servidor da controladoria.
O ministro é o segundo a cair depois que áudios vêm
sendo divulgado pela imprensa, Romero Jucá foi o primeiro com apenas 12 dias de
exercício de mandato, sem falar que a conversa lança novamente o presidente do
senado no auge da polêmica, afinal Renan Calheiros participa diretamente da
problemática que envolve o conteúdo.
No início da noite, Renan divulgou nota. “Em face
das especulações, reitero de maneira pública e oficial que não irei indicar nem
sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades
no governo do Presidente Michel Temer”, afirmou.
Na carta enviada a Michel Temer, Fabiano Silveira ressalta
que seus comentários com Sérgio Machado foram genéricos e alarmados pelo ambiente
exasperado da política atual.
“Foram comentários genéricos e simples opinião,
decerto amplificados pelo clima de exasperação política que todos
testemunhamos. Não sabia da presença de Sérgio Machado. Não fui chamado para
uma reunião. O contexto era de informalidade baseado nas declarações de quem se
dizia a todo instante inocente”. Escreveu
Silveira.
A crise política instalada no país demonstra de
semana em semana sua profundidade, a medida que os áudios gravados por Sérgio
Machado são divulgados na imprensa, o ministério dos “ilustres” de Michel Temer
não desassemelha dos que foram exonerados do governo da presidente afastada
Dilma Rousseff.
Temer já começa ouvir nos bastidores do Planalto a
conversa de que o seu governo toda segunda precisará apagar um incêndio e que
durante o decorrer da semana se ajustará no improviso mais uma justificativa
interna para resolver os escândalos. Desta
maneira o governo de salvação que preconizava o discurso de Romero Jucá vai se
desfazendo da propaganda eufórica da posse, revelando nos áudios de Sérgio
Machado seu propósito e tom sombrio.
Foto-capa: Pedro Ladeira / Folha Press.
Foto: Reprodução.
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