Na época quando o
processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff esquentava o panorama
político do congresso, o vice-presidente Michel Temer concedia entrevistas afirmando
que a composição do seu provável governo constituiria um elenco de “notáveis
ministros”, selecionados sobre a capacidade técnica e científica do cargo.
Mas com o desenvolvimento
das articulações políticas no congresso nas duas câmaras federais, tanto entre
os deputados como entre os senadores, ficou comprovada a velha forma de se
produzir as políticas neste país. Os “aliados” de Temer passaram a pressionar sobre
suas futuras participações no governo de transição, exigiram cargos nos
ministérios, pastas, assessorias e influências internas visando às eleições de
2018.
Sobre o slogan
governista de “ordem e progresso” os novos ministros de Temer foram divulgados
em documento repassado pela imprensa na coletiva de posse, os tais “notáveis”
surpreendentemente assustaram o país à medida que seus nomes foram sendo
mencionados, políticos ligados às investigações da polícia federal, outros com
provas mais do que suficientes de corrupção, com inquéritos tramitados em
instâncias máximas do judiciário brasileiro, estas pessoas foram tratadas pelo
governo Temer como instrumentos políticos de alta capacidade para retirar o
país da crise.
Ironicamente alguns
desses ministros supostamente chefiaram articulações de extorsão e propinas
para favorecimento pessoal, agora defendem a “ponte para o futuro” que segundo
Michel Temer levará o país aos rumos do crescimento econômico.
Três destes novos
ministros são alvos da operação lava-jato como é o caso de Romero Jucá (Planejamento),
Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
Com a posse nos ministérios eles terão agora foro privilegiado, ou seja, as investigações
saem das mãos do Juiz Sergio Moro e passa ser de exclusividade do STF, fato
estranhamente criticado pela sociedade, por ser este justamente um dos motivos
que levaram o ministro do STF, Gilmar Mendes proibir a posse do ex-presidente
Lula ao Ministério da Casa Civil.
Respondem às suspeitas
de envolvimento em corrupção e inquéritos no STF também os novos ministros
Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), Maurício Quintella Lessa (Transportes),
Ricardo Barros (Saúde). Um dos homens mais próximos de Temer, o ministro da
Casa Civil, Eliseu Padilha, foi citado na delação premiada do ex-senador
cassado Delcídio do Amaral (MS). Mas neste caso o inquérito contra Eliseu ainda
não foi promulgado.
Sem mencionarmos que os
ministros “notáveis” de Michel Temer tiveram nomes de familiares encontrados na
lista da Odebrecht durante as investigações da lava-jato, a lista envolvia
supostos pagamentos mensais a políticos para favorecimento da empresa em
licitações, na época a polícia federal chegou à conclusão de que existia um
departamento exclusivo na empresa para funcionamento restrito desta ilegalidade.
Novo ministro da Saúde,
pasta que concentra o maior orçamento de toda a Esplanada dos Ministérios,
Ricardo Barros também é investigado no Supremo (Inquérito 4157) por corrupção,
peculato e crime contra a Lei de Licitações.
Ao que parece a frase estampada
numa bandeira e erguida uma vez em frente à Universidade Estadual da Bahia (UNEB)
pelos alunos parece a mais cabível para descrever este fenômeno político feito
pelo PMDB: “Novo governo, velho descaso”, estes novos ministros de governo
escolhidos por Temer expressam mais as velhas jogatinas políticas de Brasília, escolhidos
“a dedo” pelos votos concedidos no impeachment, dizem que mudarão o país, que entregarão
em 2018 uma economia vigorosa, mais demonstram pelo currículo outro víeis de
experiências politicas feitas neste país.
É mais do mesmo!
Foto-logotipo: Divulgação
Foto: Montagem ministros / Agencia Camara/Agencia Senado/Agencia Brasil / Agencia Camara/Agencia Senado/Agencia Brasil
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