O presidente interino da república, Michel Temer,
nomeou o novo presidente da Petrobrás nesta quinta-feira (19). Pedro Parente ex-ministro
de FHC decidiu aceitar o cargo sobre a condição de não haver mais na estatal,
indicações políticas para ocupações de cargos. Segundo Parente esta decisão foi tomada numa
reunião pessoal com o próprio Temer, que ainda garantiu ao novo gestor a
autonomia para substituir os diretores.
"Eu posso manter e posso tirar diretores. Isto
é uma prerrogativa e uma iniciativa do presidente executivo da Petrobrás".
Disse Pedro em entrevista.
O novo presidente da estatal também é o chefe do
conselho de administração da BM&FBovespa, e diz pretender ficar no cargo
mesmo com todas as dificuldades que envolvem os interesses da Bolsa.
A escolha do presidente interino tem sido criticada
por muitos no congresso, principalmente pelos partidos que compõe a oposição do
governo, isto tudo porque o novo comandante da estatal voltou a ser julgado Ministério Público Federal por improbidade administrativa nos tempos de ministro da Casa Civil do
governo de Fernando Henrique Cardoso.
O ministro Luiz Roberto Barroso derrubou o
arquivamento feito pelo ministro Gilmar Mendes. Ajuizadas pelo Ministério Público Federal na gestão
do procurador-geral Antônio Fernando Souza, as ações criminalizavam a ajuda
financeira, pelo Banco Central, aos bancos Econômico e Bamerindus, em 1994, e
outros atos do Proer, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional.
Mendes determinou o arquivamento com base nos
argumentos de que atos de improbidade administrativa constituem crimes de
responsabilidade, no caso concreto e por isso deveriam ser julgadas pelo
Supremo. Agora com a decisão do ministro Barroso as ações estão de volta às 20ª
e 22ª varas federais do Distrito Federal.
O inquérito envolve também o novo ministro das
relações exteriores de Temer, José Serra, que na época assumia o ministério do
planejamento, o ex-ministro Pedro Malan que era da Fazenda entre outros
integrantes do governo FHC.
O currículo de Pedro Parente demonstra que a escolha
de Michel Temer para presidir a Petrobrás foi feita para um homem de mercado
financeiro, além de comandar a Bovespa Pedro Parente também já atuou como
consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI), presidiu a Bunge Brasil e
ainda o conselho da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) entre 2011 e
2014, bem como os conselhos da SBR-Global e do Grupo ABC, do qual é presidente,
além de ser sócio-diretor do grupo de empresas Prada de consultoria e
assessoria financeira.
As medidas adotadas pelo novo governo interino têm a
cada dia demonstrado às práticas de uma política de mercado, Michel Temer não
confessa, mas, as suas atitudes deixam claras o efeito neoliberal de suas escolhas
para as ocupações dos cargos, basta analisar a frase do novo presidente
escolhido para comandar a maior estatal do país para ter a ideia das metas e
circunstâncias que envolverão seu governo daqui para frente.
"A relação do governo com a Petrobras é de
acionista controlador. Portanto, o seu primeiro interesse é o sucesso da
empresa. É assim que o presidente Michel Temer vê, é assim que eu também vejo e
é assim que a gente vai trabalhar. Teremos uma visão absolutamente
profissional, voltada aos interesses da empresa e dos acionistas". Disse o
presidente da Petrobrás Pedro Parente.
Fotos: Reprodução
0 comentários :
Postar um comentário