Em nova conversa divulgada pelo jornal Folha de São
Paulo nesta quarta-feira (25) o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado,
propõe ao presidente do senado, Renan Calheiros, novamente, um pacto federativo
para poder barrar as investigações da policia federal na Lava-jato.
Durante a conversa Machado menciona os perigos que
sondam as possíveis delações premiadas envolvendo os financiamentos de
campanhas aos partidos, segundo ele não sobraria ninguém entre os politicos no
Brasil.
“Renan, não sobra ninguém, Renan ninguém”. Afirma Machado.
Ainda de acordo com o ex-presidente da Transpetro o
PSDB está convencido de que será o próximo a cair nas investigações da
lava-jato e que a cúpula do partido não tem como se salvar desta investida.
RENAN - Aécio está com medo. [me procurou] 'Renan,
queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma
coisa’.
MACHADO - Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não
sobra ninguém, Renan.
Alvos da lava-jato Renan e Machado receavam ser
presos desde março e tentavam organizar uma transição com o apoio do STF para coibir
a força das investigações, propondo a criação de uma lei que inviabilizasse a
delação premiada para quem estivesse preso sobre as investigações.
RENAN - Antes de passar a borracha, precisa fazer
três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro não pode fazer
delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação e
estabelece isso.
MACHADO - Acaba com esse negócio da segunda
instância, que está apavorando todo mundo.
RENAN - A lei diz que não pode prender depois da
segunda instância, e ele aí dá uma decisão, interpreta isso e acaba isso.
O ex-presidente Lula é citado durante partes da
conversa entre os dois, a preocupação de Sergio Machado é explícita tanto na
conversa com Renan Calheiros como na que fora divulgada na segunda-feira (23) com
o Romero Jucá, para Machado o ex-presidente seria uma ferramenta fundamental de
influência entre as várias esferas do poder, diferente da presidente Dilma. Mas
de acordo com Renan, Lula estava consciente de que poderia ser preso a qualquer
momento.
MACHADO - Tá
mesmo. Ela acabou. E o Lula, como foi a conversa com o Lula?
RENAN - O Lula está consciente, o Lula disse, acha
que a qualquer momento pode ser preso. Acho até que ele sabia desse pedido de
prisão lá…
MACHADO - E ele estava, está disposto a assumir o
governo?
RENAN - Aí eu defendi, me perguntou, me chamou num
canto. Eu acho que essa hipótese, eu disse a ele, tem que ser guardada, não
pode falar nisso. Porque se houver um quadro, que é pior que há, de
radicalização institucional, e ela resolva ficar, para guerra…
RENAN - Vai, vai. E aí tem que botar o Lula. Porque
é a intuição dele…
MACHADO - Aí o Lula tem que assumir a Casa Civil e
ser o primeiro ministro, esse é o governo. Ela não tem mais condição, Renan,
não tem condição de nada. Agora, quem vai botar esse guizo nela?
A assessoria de Renan Calheiros informou que esta
conversa não indica e nem sugere qualquer ação contra a operação da policia
federal, que todas as falas do senador sobre a questão foram divulgadas pelos
veículos de comunicação, já sobre o senador Aécio Neves, Renan Calheiros afirma
que se expressou mal, diz que na verdade ao invés de ter dito “está com medo”
quis dizer “está indignado”. Sobre o presidente Lula o senador não se manifestou.
O senador Aécio Neves emitiu nota afirmando ser uma
tentativa criminosa do senhor Machado de querer envolver em suspeições o PSDB e
a sua vida pública.
A oposição no
congresso já fala em recorrer de todo o processo ocorrido no congresso na
resolução do impeachment e diz que pedirá a abertura de inquérito no conselho
de ética do senado para apurar o caso
Foto-capa: Evaristo Sá / AFP.
Foto: Jorge William / Agência O Globo.
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