Com o objetivo de qualificar a assistência oferecida aos pacientes, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) iniciou um projeto piloto para controle da disseminação das bactérias multidrogarresistentes (MDR), a partir da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Emergência. Segundo a literatura médica, este tipo de ação é relacionado à queda da taxa de mortalidade, à redução do tempo de internamento no hospital e à economia de gastos, pois, ao eliminar bactérias resistentes a antibióticos de último recurso, a unidade diminui consideravelmente a prescrição desta classe de medicamentos.
Em médio prazo, o projeto pode abranger todas as UTIs do hospital e, consequentemente, atingir unidades de outras instituições, conforme explica uma das responsáveis pelo trabalho, a infectologista Verônica França. “As bactérias multirresistentes são sinal de alerta em todo mundo. Hospitais da rede pública e privada precisam enfrentar esta questão cotidianamente. Muitas vezes, recebemos pacientes transferidos de outros locais com bactéria de elevada resistência aos antibióticos. Então, se entendemos que o paciente é carreador desse tipo de bactéria no momento da internação, evitamos a disseminação e ainda notificamos o setor de origem”, explica.
De acordo com a médica, a presença do infectologista na UTI, além de promover o controle da disseminação das bactérias MDR, pode contribuir para a escolha do melhor tratamento para infecções causadas por bactérias (antibioticoterapias), diagnósticos mais precisos e invasões orientadas. “O perfil de sensibilidade das bactérias é alarmante e a vigilância ativa facilita o controle. Conseguimos dar o primeiro passo graças à reestruturação da equipe médica e à adesão da Enfermagem e da Coordenação de Higienização. Hoje, pouco tempo após o início do projeto, já conseguimos observar um cenário mais positivo na UTI da Emergência, tanto do ponto de vista estrutural quanto na evolução clínica dos pacientes”, afirma Verônica.
A vigilância das bactérias multidrogarresistentes é, inclusive, a única forma efetiva de controlar um surto, como lembra o coordenador da Comissão de Infecção Hospitalar da unidade, Thiago Cavalcanti. “A identificação de cepas resistentes colonizando evita a disseminação e a infecção. No futuro, pretendemos criar um modelo de notificação de bactéria logo na admissão do paciente que chega à Emergência”, conta o infectologista.
Faz parte do fluxo de controle a coleta de material nasal, retal e de feridas; o protocolo de limpeza e aumento do número de profissionais; a discussão da antibioticoterapia com infectologista; a troca de dispositivos invasivos no paciente; o bloqueio de leitos para isolar os casos já detectados e o isolamento até emissão de resultados do laboratório.
Fonte: Ascom/ HGRS
0 comentários :
Postar um comentário