O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, levou
ao STF a abertura de três inquéritos contra os principais agentes políticos do
PSDB e PMDB. Em um destes inquéritos Janot afirma ao Supremo que Henrique
Eduardo Alves, atual ministro do turismo, agiu com a clara intenção de obter
recursos oriundos da Petrobrás.
Este dinheiro teria sido desviado para a campanha de
Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014, no esquema estaria envolvido
também o ex-presidente da câmara dos deputados Eduardo Cunha bem como o
ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
"Houve,
inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa
destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que ditos
políticos realizavam em benefício da OAS", escreveu Janot.
Para o Procurador, o ministro do turismo disfarçou
estas vantagens indevidas em doações oficiais de campanha para favorecer a
empreiteira.
O presidente interino Michel Temer também é
mencionado na conversa entre Léo Pinheiro e Eduardo Cunha.
"Léo Pinheiro afirmou que explicaria,
pessoalmente, para Eduardo Cunha [sobre a doação], mas que o pagamento dos R$ 5
milhões para Michel Temer estava ligado a Guarulhos", escreveu Janot.
Entretanto em seu despacho ao STF, o Procurador não
pede a abertura específica de uma investigação contra Michel Temer.
Em outro inquérito Rodrigo Janot pede ao STF que
investigue com base na delação premiada do ex-senador e ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, as participações do presidente do senado Renan Calheiros
(PMDB-AL), do ex-ministro do Planejamento e atual senador Romero Jucá e do
ex-presidente José Sarney de terem recebido mais de R$ 70 milhões em propina de
contratos da estatal.
Em depoimento, Machado contou que o valor mais
expressivo, de R$ 30 milhões foi destinado a Renan, responsável por sua
indicação à presidência da subsidiária da Petrobras e maior transportadora de
combustível do país. Segundo ele, R$ 20 milhões foram repassados a Sarney e
outros R$ 20 milhões a Jucá.
E por último, o Procurador Geral ordenou uma busca e
apreensão no senado contra o senador tucano Aécio Neves, Janot já havia pedido
ao Supremo que novamente aceitasse o pedido de investigação contra Aécio, fato
que foi considerado depois de ter sido negado por duas vezes pelo então ministro do
supremo Gilmar Mendes, mas depois que a reportagem do jornal O Globo publicou
que o senador do PSDB havia autorizado um remanejamento de arquivos do senado,
imediatamente Rodrigo Janot ordenou a apreensão dos documentos.
A comunicação do senado emitiu um documento
afirmando que daria ao Procurador Geral acesso irrestrito as laudas da CPI
dos Correios, na qual o senador Aécio Neves é citado e investigado pela
alteração de dados que supostamente viessem a pôr os nomes da cúpula do PSDB no esquema.
Em delação, o
ex-senador Delcídio do Amaral afirma que Aécio teria atrasado o envio de
documentos do Banco Rural à CPI para poder "apagar dados bancários
comprometedores" e evitar que a apuração sobre fraudes na instituição
levasse ao seu comprometimento.
O inquérito sobre o tucano está sob os cuidados do
ministro do STF Gilmar Mendes, que chegou a autorizar o pedido, fazendo
ressalvas de que a ação fosse discreta e acompanhada por um oficial de justiça
do Supremo.
Brasília amanhece novamente agitada pelas
investigações que envolvem a participação dos principais chefes do atual
governo Temer, a lista não deve parar por ai, afinal outros nomes já são
comentados no Planalto, como é o caso de Geddel Vieira Lima atual Chefe da
Secretaria de governo, que segundo a reportagem do jornal O Globo será mencionado
na delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.
Foto-capa: Felipe Sampaio / GGN
Foto: Reprodução
0 comentários :
Postar um comentário