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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Arquivo Público da Bahia guarda memória do início do Carnaval no Brasil

Quem conhece o Carnaval brasileiro nem imagina como era a festa dos foliões na Idade Média, por volta do século XV. Naquela época, o que ocorria nos três dias que precediam a entrada da Quaresma era o Entrudo. Considerado a fase de gestação do Carnaval, trazido pelos portugueses, o Entrudo era representado por bonecos gigantes feitos de madeira e tecido.

Ao invés de confete e serpentina, os brincantes do Entrudo lançavam uns nos outros baldes de água, farinha, limões, luvas cheias de areia, ovos, frutas podres etc. A festa entrou em declínio da década de 1850, por pressão policial e das classes sociais mais elevadas da sociedade, dando lugar ao Carnaval. “O fim do Entrudo não foi anunciado num dia e o Carnaval começou em outro. Foi um processo lento, gradual e que levou décadas até que tomasse forma", explica Milton Moura, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea e professor de História da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Milton acrescenta que "em dado momento, as elites queriam que a festa que precedia a Quaresma se parecesse com os festejos franceses e italianos, e não com a bagunça associada à festa trazida de Portugal. Desfiles e máscaras estilizadas fariam parte do novo modelo, mas nada de máscaras de monstros e animais, como era no Entrudo. Havia um ideal de higienização e civilização da festa que era associada aos costumes porcos, sujos". 

O jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena, autor dos livros 'Festas Populares da Bahia: Fé e folia' e 'História do Carnaval da Bahia', destaca que “no Entrudo, se usava muito as ‘laranjinhas’ - que eram misturas de água, frutas, ovos, farinha -, preparadas durante cerca de dois meses pelos escravos. Dentre as elites, essa festa se dava dentro das residências. Era muito comum jogar laranjinha das sacadas das casas em pessoas em condições inferiores que passavam na rua. Claro que se fosse o contrário, isso daria muitos problemas”.

A fonte documental que expressa a realidade da transição do Entrudo para o Carnaval Popular, na segunda metade do século XIX, está custodiada no Arquivo Público do Estado da Bahia, vinculado à Fundação Pedro Calmon, e pode ser pesquisada por leitores e interessados pelo tema.  Basta comparecer à Sala de Consulta de Manuscritos e Impressos do Arquivo Público, com a referência 'Seção de Arquivos Colonial/ Provincial. Volume 1570, Série: Festas Populares', de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h.

Fonte: Ascom/Fundação Pedro Calmon

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