O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou na quarta-feira (08) que se o Congresso Nacional aprovar uma idade mínima de 60 anos para a aposentadoria das mulheres, ao invés de 65 anos na proposta do governo, a idade mínima para a aposentadoria dos homens deveria ser de 71 anos. “As contas têm que fechar. Vamos supor que as mulheres vão se aposentar aos 60. Perfeitamente. Homem, no entanto, vai ter que ser, para compensar, aos 71 anos ou um pouco mais. E aí você já começa a se aproximar muito da média de vida dos brasileiros”, disse após reunião com deputados na Câmara.
A proposta de instituição da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, de homens e mulheres, é extremamente cruel. Pior ainda para as mulheres, Dos atuais 30 anos de contribuição necessária para a aposentadoria, as mulheres passam a ter que contribuir por 49 anos e terão, portanto, que trabalhar mais 19 anos para fazer jus ao benefício integral, conforme denunciaram lideranças femininas, senadores, Anfip e especialistas na área em evento realizado do Senado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher (ver página 5).
O governo desconsidera as especificidades da mulher, como a dupla jornada e os cuidados com os filhos, para impor uma falsa igualdade que na verdade tira os direitos previdenciários das mulheres.
Quanto a Meirelles, que se aposentou do Banco de Boston aos 57 anos, com uma bolada de US$ 750 mil anuais, quer que o trabalhador se aposente só no final da vida, e repassar mais dinheiro aos bancos e outros parasitas, que é o que significa a Proposta de Emenda Constitucional nº 287 (PEC 287/2016).
O principal gasto do governo está na estúpida transferência de recursos do setor público para o sistema financeiro. Nada menos que R$ 908,81 bilhões, via juros, somente nos dois últimos anos. Ou seja, muito superior aos orçamentos do Bolsa Família, do Fies, Minha Casa Minha Vida e outros programas sociais, que eles ameaçam acabar caso a PEC não seja aprovada.
Há que se registrar que segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, referente a 2015, publicado pelo Ministério da Fazenda, a Previdência Social teve um superávit de R$ 103,6 bilhões, o que desmonta a falácia de um suposto déficit.
fonte: jornal horadopovo
0 comentários :
Postar um comentário