Depois de mais de 17 horas de reunião, na sede do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, os membros de comissões de direito previdenciário de todo o país, elaboraram uma carta aberta contra a reforma da Previdência. Dezenas de entidades representativas de categorias profissionais, além de representantes de juristas, médicos, auditores fiscais, engenheiros acreditam que a proposta do governo está fundamentada em premissas erradas e contém inúmeros abusos contra os direitos sociais.
Um dos pontos de discordância é a base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 287/2016, que tem o discurso de catástrofe financeira e déficit como justificativa para as mudanças. No entanto, para a OAB, o rombo da não existe, como já vem sendo alertado pelo Sindicato dos Bancários da Bahia.
O argumento evidencia um "grave descumprimento" à Constituição Federal, que insere a Previdência no sistema de Seguridade Social, juntamente com as áreas da Saúde e Assistência Social – área que, de acordo com a carta, tem sido, ao longo dos anos, altamente superavitário em bilhões de reais.
As entidades exigem ainda que o governo federal divulgue com ampla transparência as receitas da Seguridade Social e compute todas as fontes de financiamento previstas no artigo 195 da Constituição Federal, mostrando ainda o impacto anual da DRU (Desvinculação de Receitas da União), as renúncias fiscais concedidas, a desoneração da folha de salários e os créditos tributários previdenciários que não estão sendo cobrados.
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