O comércio varejista na Bahia registrou queda de 2,0% no mês de fevereiro, quando comparado a igual mês do ano de 2017. No varejo nacional as vendas cresceram em 1,3%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano apresentou variação negativa de 1,1%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
O resultado das vendas na Bahia no mês de fevereiro reflete não somente a restrição orçamentária, bem como a confiança dos consumidores quanto ao comportamento da economia. Passada as festas de fim de ano, os consumidores normalmente voltam à atenção para as suas despesas com matrícula e materiais escolares, pagamentos de impostos, como IPTU e licenciamento de veículos. Atrelado a essa questão, tem-se às perspectivas menos otimistas dos consumidores, resultando em um comportamento mais cauteloso dos consumidores ao realizarem os seus gastos. De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas em fevereiro houve um recuo no índice de 1,4 pontos, ao passar de 88,8 para 87,4 pontos. Outro aspecto a ser destacado é que o segmento de Móveis e eletrodomésticos que vinha registrando taxas elevadas apresentou nesse mês crescimento mais aquém de 3,3%.
Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a fevereiro de 2017, revelam que três dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento negativo, sendo determinantes para o comportamento do setor, sãos eles: os segmentos de Combustíveis e lubrificantes, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Tecidos, vestuário e calçados que registraram variações negativas de 9,7%, 6,8% e 5,8%, respectivamente. Quantos aos demais apresentaram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (25,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,4%); Livros, jornais, revistas e papelaria (12,3%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,8%); Móveis e eletrodomésticos (3,3%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variações negativas os subgrupos de Móveis, e Hipermercados e supermercados com taxas de 2,6% e 2,3% respectivamente, enquanto no subgrupo de eletrodomésticos a variação foi positiva em 7,2%.
Quanto aos segmentos que mais influenciaram, em fevereiro, o comportamento negativo das vendas na Bahia tem-se: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Combustíveis e lubrificantes. Em contrapartida ao comportamento positivo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos.
Em fevereiro, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que pelo nono mês consecutivo exerceu a maior contribuição negativa. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando, na Bahia, quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, essa queda se deve a mudança do comportamento do consumidor que está preferindo comprar em estabelecimentos de atacados, os quais não fazem parte da amostra da pesquisa, além de uma mudança de perfil dos consumidores ao optarem em realizar suas compras nos mercadinhos de bairro.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, a segunda maior contribuição negativa para o setor do comércio. Esse comportamento se deve à elevação nos preços dos combustíveis acima da média de preços, obrigando os consumidores a utilizarem os seus veículos de forma mais racional.
O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que comercializa produtos de caráter de uso essencial exerceu a maior influência positiva para o setor. Mas, não conseguiu reverter a queda nas vendas nesse mês.
Comportamento do comércio varejista ampliado - O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em fevereiro, crescimento nas vendas de 3,3%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o aquecimento no volume de negócios foi de 2,9%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas de 19,4% em relação a igual mês do ano anterior. A justificativa para esse comportamento é a fraca base de comparação, bem como ao período, pois as concessionárias costumam realizar promoções, a fim de eliminar os estoques, com a chegada de novos modelos. Além da melhoria nas condições de financiamento de veículos. Em relação ao segmento Material de Construção, as vendas no mês de fevereiro foram positivas em 7,0%, comparado ao mesmo mês do ano de 2017. Nos últimos 12 meses as vendas cresceram 7,3%. No mês em questão os consumidores costumam realizar melhorias nos seus imóveis, fato que reflete numa intensificação da dinâmica no segmento.
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