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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Dor no quadril: especialista ressalta vantagens da prótese de Resurfacing

Algumas causas de dor no quadril são bastante comuns, como artrose, necrose, falta de anatomia perfeita do quadril (fato que impede pelo menos 15% da população de praticar exercícios de repetição) e sequelas de traumas – neste caso, atletas profissionais e amadores são as principais vítimas. Mas as estruturas do quadril, em especial a cabeça do fêmur, também são bastante suscetíveis aos efeitos do alcoolismo e ao uso de corticoides (empregados para tratar alergias e doenças autoimunes), podendo facilmente sofrer um infarto – conhecido como osteonecrose da cabeça do fêmur. Com o passar do tempo, a pessoa começa a sentir tanta dor que acaba restringindo seus movimentos e comprometendo sua qualidade de vida. Em grande parte dos casos, a cirurgia é o tratamento mais indicado para aliviar a dor e restaurar funções. O problema é que muitos ortopedistas têm optado pela prótese total de quadril quando, na verdade, poderiam optar por um procedimento menos mutilante e mais conservador: a prótese de Resurfacing.

De acordo com o médico Lafayette Lage, ortopedista que introduziu a artroscopia do quadril no Brasil e um dos pioneiros na cirurgia de Resurfacing (recobrimento da superfície da cabeça do fêmur com uma coroa de metal), foram necessários vários anos e outros tantos ajustes para evitar problemas eventualmente detectados com a implantação dessa prótese muito preservadora do estoque ósseo – que evita que osso saudável seja ‘jogado fora’, como acontece com as próteses convencionais. Mas, depois dessa fase de correções e o desenvolvimento de técnicas para alcançar o posicionamento ideal dos componentes – evitando que risquem durante a cirurgia –, o procedimento se mostrou bastante benéfico para os pacientes, principalmente jovens e atletas.



“Não podemos nos esquecer de que houve uma curva de aprendizagem importantíssima. Obviamente, apesar de toda a técnica necessária, é muito mais fácil para um cirurgião ortopedista implantar uma prótese total de quadril do que optar pela cirurgia de Resurfacing, já que ela implica numa expertise que nem todos dominam e pequenos erros de posicionamento podem resultar em prejuízos. Outro motivo para que muitos ortopedistas critiquem a prótese metal-metal é confundir a Resurfacing com outra prótese (Big Head) bastante usada entre 2007 e 2012 e que foi um verdadeiro fracasso – porque envolvia cortar a cabeça do fêmur, apresentando sérios problemas. Evidentemente, essa prótese foi retirada do mercado, mas sua má reputação acabou respingando injustamente sobre a prótese de Resurfacing. É inconcebível, com os conhecimentos que temos hoje, deixar o paciente sofrendo com dor por anos quando a solução é simples. Do ponto de vista do paciente, principalmente quando se trata de um adulto jovem e ativo, é bem melhor preservar a estrutura boa e trocar apenas a parte lesionada da cabeça do fêmur. Mal comparando, é como se optássemos por amputar um dedo necrosado ao invés de extrair todo o pé ou a mão por causa desse problema localizado”, afirma o especialista.

Lage explica que, depois de remover a cartilagem danificada, a prótese é encaixada sobre a parte preservada da cabeça do fêmur, restabelecendo exatamente a biomecânica original do fêmur proximal. A outra parte, encaixada no acetábulo como se fosse a casca de uma meia laranja, é fixada na bacia sob pressão. As duas peças são feitas de uma liga de cromo-cobalto e molibdênio extremamente resistentes ao desgaste e a fortes impactos. Com isso, a prótese tem mostrado uma sobrevivência superior a 95% após 20 anos de uso. “Além de preservar a maior parte da articulação e ser bastante resistente – compatível com maiores níveis de atividades físicas do que as próteses convencionais – outra vantagem é a facilidade de uma eventual cirurgia de revisão para a substituição da prótese, diferentemente da prótese convencional. E tem mais um ponto importante: a redução dos casos de luxação e de infecção. A prótese de Resurfacing, aliás, permite maior estabilidade e mostrou um índice de infecção menor, provavelmente por ser menos invasiva no osso”.

Apesar de o Resurfacing ser mais indicado em pacientes jovens e ativos, o especialista revela que – dependendo do perfil do indivíduo – ele pode ser uma ótima opção de tratamento de dor no quadril para pessoas de meia-idade. É o caso do ator Jean Claude Van Damme. “Nós avaliamos a idade biológica do paciente, não a cronológica. Esse ator, que é mestre em artes marciais e uma pessoa bastante ativa, fez uma cirurgia de recobrimento da cabeça do fêmur em 2013, aos 53 anos, e oito meses depois da operação gravou um comercial para uma marca de caminhões em que abria as pernas num espacate impressionante – demonstrando sua flexibilidade e alongamento mesmo depois de operado. Uma alegria para cirurgiões que preferem tratamentos mais conservadores", diz Lage.

Fontes: Dr. Lafayette Lage, médico ortopedista, pioneiro em artroscopia do quadril e especialista em cirurgia de Resurfacing (recobrimento da cabeça do fêmur). www.clinicalage.com.br

Caso Jean Claude Van Damme: https://www.Resurfacingscan.be/celebrities-with-a-hip-Resurfacing/?lang=en


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