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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Catedral Basílica do Salvador reabre as portas



Catedral Basílica do Salvador: Igreja Mãe reabre as portas.

Emocionados, padres, religiosos, leigos, autoridades civis e militares entraram na noite desta sexta-feira (14) na Catedral Basílica do Salvador para acompanhar a cerimônia de reabertura. Após 3 anos e 8 meses em processo de restauração, o templo, que é a Igreja Mãe das paróquias da Arquidiocese de Salvador, agora está com as portas abertas novamente.

Localizada no coração do Centro Histórico, a Catedral Basílica é uma das mais importantes construções sacras do período colonial. Datado do século 18, o templo é a quarta construção erguida no mesmo local, como parte do Colégio dos Jesuítas. “Para mim é um momento especial poder participar da reabertura da Catedral. Foram quase quatro anos de sofrimento, mas este sofrimento agora é recompensado pela alegria que agora temos de ver toda aquela beleza antiga, que estava escondida, em todo o seu esplendor”, afirma o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

Para o pároco, padre Lázaro Silva Muniz, é uma alegria ver a Catedral reaberta e ao mesmo tempo uma grande preocupação, já que a manutenção exige um cuidado especial. “A reabertura da Catedral é uma alegria imensa, é uma alegria que até nos preocupa, porque agora vem todo o processo de manutenção, todo o processo de cuidado. Mas a beleza de ver uma Igreja como essa, que tem uma especificidade muito grande, se traduz em felicidade”, diz.

Na restauração foram recuperados os 13 altares laterais e as imagens que ficam nestes altares, além do altar-mor que estava fechado por uma cortina há mais de 10 anos quando teve início a obra de restauro. Mas ontem, pela primeira vez após este período os olhos dos soteropolitanos puderam contemplar a beleza que estava ‘escondida’ atrás da cortina. “Eu estou aqui emocionada. Esperava poder ver a Catedral reaberta e confesso que eu já nem me lembrava mais como era o altar, pois ele ficou por muito tempo fechado”, afirmou Maria das Graças Santos, da Paróquia São Pedro.

Assim como ela, não era difícil encontrar crianças, jovens, adultos e idosos com os olhares voltados para cada detalhe, e detalhe é o que não falta na Catedral Basílica. Só no altar-mor, para se ter ideia, estão 92 anjos, isso sem contar os que estão em outras partes do templo. Do lado esquerdo do altar-mor está o altar do Santíssimo Sacramento, antes escondido por duas camadas de tinta, que foram removidas e deram a conhecer uma outra beleza escondida: o altar onde fica Jesus Sacramentado é todo em prata.

De acordo com a arquiteta do IPHAN, Laura Lima, responsável pela fiscalização, quando a obra teve início em 20 de janeiro de 2015 estava prevista apenas a restauração dos retábulos (altares). “Nesta restauração inicial estava prevista a restauração das 13 capelas, tanto estrutural quanto artístico, que envolve douramento das imagens sacras, as telas, os paineis laterais, os azulejos. Além das capelas estava previsto a parte do átrio, embaixo do coro, e a revisão da cobertura. A cobertura não foi feita completamente porque teve uma intervenção relativamente recente. Porém, no decorrer da obra nós fomos verificando outras necessidades que não estavam no contrato inicial”, conta.

No altar-mor é possível ver a imagem de Jesus crucificado

A fachada da Catedral, por exemplo, que é toda em pedra de lioz, também foi incluída na restauração. Também foram instalados equipamentos de sonorização, sistema de prevenção e combate a incêndio e segurança patrimonial. Todo esse trabalho foi realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por mais de 120 profissionais, que mesclou a utilização de técnicas e materiais tradicionais e contemporâneos.

Em meio ao processo de restauro os profissionais foram fazendo descobertas. Uma delas aconteceu atrás do altar dedicado a Santo Inácio de Loyola, fundador dos Jesuítas. Lá estavam 12 crânios humanos. Também foram encontradas pinturas originais nas paredes e peças sacras, que revelaram quadros com imagens de santos jesuítas escurecidos pelo tempo.

Para devolver o brilho à Catedral, mais de 50 mil folhas de ouro, vindas da Itália, foram utilizadas. Também foram usadas madeiras de lei, como massaranduba e cedro (esta para o entalhe dos altares) e 200 folhas de prata no altar do Santíssimo. “Na fachada, por exemplo, tinha muito problema de infiltração, então os azulejos foram removidos, restaurados e assentados em placa cimentícia. Essa placa, quando colocada, fica a uma distância da parede e isso impede que a água chegue aos azulejos e volte a danificar”, afirma Laura Lima.

A obra de restauração foi executada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o apoio da Arquidiocese de Salvador, da Prefeitura Municipal de Salvador e do Governo do Estado da Bahia. Foram utilizados recursos de mais de 17,8 milhões de reais. “Essa é a Igreja Mãe, ela é a base de todo o processo de evangelização da ordem dos jesuítas no Brasil, na primeira capital do país, Salvador. Hoje Salvador é uma cidade patrimônio mundial, então a nossa responsabilidade é muito grande. A igreja agora está com vários equipamentos restaurados e não é só importante para o povo, mas também para a história: aqui é uma aula de arquitetura, de história, de arte”, diz a presidente do IPHAN, Kátia Bogéa.

O ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão, também falou sobre a importância da Catedral Basílica, não apenas para os soteropolitanos, já que a cidade recebe inúmeros turistas todos os anos. “A Catedral Basílica do Salvador é um dos ícones, um dos pontos referenciais que nós temos não apenas aqui em Salvador, mas no Brasil É uma das igrejas mais importantes do nosso país, não apenas do ponto de vista religioso, mas também arquitetônico e artístico. Ela é em si uma obra de arte e vê-la em todo o seu esplendor, em toda a sua glória plenamente restaurada produz uma emoção profunda”, afirma.

Texto: Sara Gomes

Fotos: Sara Gomes / Daniela Andrade






























































Fonte Arquidiocese de São Salvador 

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