Desde 2014, é realizado no Brasil o Setembro Amarelo – campanha de
combate à depressão. De acordo com os últimos dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta 322 milhões de pessoas no
mundo. No Brasil, cerca de 6% da população sofre com esse mal, sendo o
país com maior prevalência de depressão da América Latina. Ainda, os
brasileiros também são recordistas mundiais quanto aos transtornos de
ansiedade, com 9,3% afetados pela doença. “A ansiedade e a depressão são
quadros emocionais que podem estar correlacionados”, explica a
psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde, Aline Melo.
Conforme a especialista, a depressão se caracteriza por uma tristeza
duradoura, que pode vir acompanhada de desanimo e autoestima baixa,
falta de energia, entre outros sintomas. Já a ansiedade está associada a
uma sensação de medo ou angustia constante sobre o futuro. “Essa
sensação é considerada patológica quando começa a atrapalhar a rotina do
indivíduo”, comenta Aline.
Se a ansiedade não for tratada, há grande probabilidade de, além de
gerar desgaste emocional recorrente, ser gatilho para o desenvolvimento
de outras doenças, até mesmo levando à depressão. “A ansiedade pode
estar associada a compulsões, pânico, comportamentos obsessivos, entre
outros aspectos. Por isso a necessidade de reconhecê-la, compreende-la e
trata-la de maneira adequada”, alerta a profissional.
Quanto aos fatores mais comuns que podem desencadear uma depressão ou
ansiedade estão as condições genéticas, disfunções físicas, além de
traumas, estresse e perdas. Também o uso de álcool e drogas contribui
para o aparecimento de tal patologia. “Para tratar as doenças é preciso
de um cuidado especializado, sendo de grande importância a avaliação de
um médico psiquiatra e de um psicólogo, visando o direcionamento
adequado a cada caso. O uso de medicações e psicoterapia podem ser
necessários”, esclarece a psicóloga.
A especialista ainda adverte que vivemos um período de muitas
cobranças e pressões em várias áreas de nossas vidas – profissional,
familiar e pessoal – que reforçam nosso desejo de antever e nos preparar
para situações futuras, o que associadas a uma grande carga de
estresse, fatores físicos e predisposições genéticas geram uma maior
vulnerabilidade ao desenvolvimento de transtornos emocionais. “As
cobranças e crises do mundo de hoje afetam nossa saúde mental,
demonstrando cada vez mais a necessidade de voltarmos nosso olhar para
dentro”, finaliza.
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