Mutirão da Próstata” e atividades em Shopping foram confirmadas durante o III Simpósio de Uro-Oncologia da Bahia
A campanha Novembro Azul 2018 em Salvador
será marcada por uma série de atividades realizadas ou apoiadas pela
Sociedade Brasileira de Urologia – Bahia. Além de um “Mutirão da
Próstata” no bairro de Piatã e de atividades de conscientização no
Shopping Barra, estão previstas para o próximo mês a exibição de faixas
nos estádios nos intervalos dos jogos de Bahia e Vitória; a distribuição
de materiais como folders, camisas e garrafas temáticos e o apoio à
realização de palestras e ações desenvolvidas por clínicas de urologia
da capital baiana. O anúncio foi feito pelo presidente da SBU-BA,
Ubirajara Barroso, durante o III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia,
promovido pela SBU em parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica – Bahia (SBOC-BA) nos dias 26 e 27 de outubro. Com o tema “Seja
Herói de sua Saúde”, a campanha terá como objetivos alertar os homens
sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata e a importância de
cuidar da saúde como um todo.
O mutirão da próstata anunciado pela SBU-BA
será realizado no dia 10 de novembro das 7h às 13h no Ambulatório
Médico-odontológico Eurípedes Barsanulfo – AMES, na sede da Fundação Lar
Harmonia, em Piatã (Rua Deputado Paulo Jackson, 560), onde serão
distribuídas 240 senhas para atendimento. As orientações para os
interessados, que devem apresentar o cartão do SUS e RG no local,
incluem jejum de duas horas e abstinência sexual de dois dias. Os casos
suspeitos serão encaminhados ao Centro Estadual de Oncologia (CICAN)
para biópsia e os casos confirmados de câncer localizado de próstata
serão encaminhados ao Hospital das Clínicas (UFBA) para tratamento.
Descuido
- “Infelizmente, homens ainda deixam muito a desejar quando o assunto é
cuidar da saúde. As razões para isso são inúmeras, mas algumas das mais
conhecidas são o medo de demonstrar fragilidade, os sentimentos de
superioridade, independência e dominância e a supressão das emoções”,
listou o urologista Ubirajara Barroso. Ao dizer isso, o presidente da
SBU-BA chamou a atenção para diversos problemas urológicos que acometem
os homens, tais como disfunção erétil, ejaculação rápida, varicocele,
fimose e incontinência urinária, entre outras. “O risco de depressão
para quem tem disfunção erétil é 2,92 maior em relação a quem não
apresenta o problema que, por sua vez, está ligado a fatores como
hipertensão, diabetes, doenças coronarianas, obesidade, vasculopatias e
ansiedade”, destacou.
Câncer de próstata - Sem
considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o
mais comum entre os homens em todas as regiões do Brasil. Outros
dados relacionados à doença apresentadas pelo presidente da SBU-BA
durante o Simpósio de Uro-oncologia da Bahia chamaram a atenção dos mais
de 200 participantes inscritos no evento. “A cada sete minutos um homem
é diagnosticado com câncer de próstata e a cada 40 minutos uma pessoa
morre pela doença. Cerca de 25% dos portadores da doença morrem em
virtude dela e 20% dos pacientes são diagnosticados em estágios
avançados do tumor. Quando os sintomas começam a aparecer, 95%
os casos já estão em fase adiantada. As chances de cura são de 90% para
os casos em que a doença é diagnosticada precocemente”, destacou
Ubirajara Barroso Jr.
Dentre os fatores de risco
para o câncer de próstata, estão o avanço da idade e o histórico
familiar em primeiro grau (pai, irmãos ou filhos). Alguns
tumores na próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para
outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma
lenta (cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) e não chega a dar sinais
durante a vida do homem. “Mesmo assim, nosso papel é alertar a população
e, em especial, os homens, sobre a importância das consultas médicas e
exames regulares, sobretudo a partir dos 40 nos de idade. A campanha
‘Novembro Azul’ é uma excelente oportunidade para isso”, destacou o
presidente da SBOC-BA, Fernando Nunes.
Novidades – Os
avanços no tratamento do câncer de próstata foi um dos eixos centrais
das discussões do III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia. As mais recentes técnicas e os mais novos medicamentos apresentados durante o evento buscam reduzir os riscos de complicações, aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A
crioablação, a radiofrequência e a cirurgia robótica ilustram alguns
desses avanços que, “infelizmente ainda não estão disponíveis na Bahia,
nem para os pacientes de convênios e muito menos para os do SUS”, disse
Fernando Nunes. Além desses, um outro tipo de tratamento inovador para o
câncer de próstata, o ultrassom focado de alta intensidade, também não
chegou ao estado. “Este aparelho, que consegue destruir pequenos tumores
sem cortes, evita comorbidades como impotência sexual e incontinência
urinária, que costumam acometer pacientes oncológicos tratados por meio
de cirurgia convencional”, pontuou o presidente da SBOC-BA.
Os avanços da cirurgia robótica minimamente invasiva, seus benefícios e limites, também foram discutidos no III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia. “A
Bahia vai receber a primeira plataforma robótica em 2019. No Brasil,
esta tecnologia tem sido utilizada no eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio
Grande do Sul. No Nordeste, cirurgias robóticas já são realizadas em
Fortaleza e Recife”, contou o diretor da SBU-BA, Augusto Modesto. Outro assunto que esteve na pauta do encontro organizado pela SBU-BA e SBOC-BA foi a vigilância ativa, estratégia utilizada na
Europa, no Canadá e nos Estamos Unidos quando o risco para pacientes
acometidos de câncer de próstata é classificado como baixo ou
baixíssimo. Neste caso, o paciente é inserido em um protocolo restrito
que inclui revisões a cada três meses (toque retal e dosagem de PSA),
além de biópsias anuais e ressonâncias multiparamétricas, formas
diagnósticas que agregam um amplo arsenal de diagnóstico de câncer e de
planejamento cirúrgico. “Este método, que tem sido a primeira escolha
dos pacientes nos países onde ele já foi implementado, apresenta como
principal vantagem a ausência de morbidade no tratamento. Contudo, se o
tumor avança, o paciente é retirado do protocolo e recebe o
encaminhamento adequado para os diversos tipos de tratamentos
existentes”, detalhou Modesto.
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