Hemoba destaca a importância das doações regulares de sangue através da campanha ‘Sua Doação Alimenta Sonhos’
João Gabriel
(8 anos) quer ser o Hulk, André Luis (14) quer ser dentista, já Kauane
(14) pretende ser médica para ajudar as pessoas. Essas e mais de 2.400
crianças e adolescentes atendidas no ambulatório da Fundação de
Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) têm em comum a Doença
Falciforme e o sonho de um futuro próspero e com qualidade de vida. Em
clima de Natal e fim de ano, a campanha `Sua Doação Alimenta Sonhos´ partilha histórias de força e esperança como estímulo para despertar o envolvimento da sociedade na causa da doação de sangue.
As
transfusões de sangue fazem a diferença na vida de centenas de pessoas. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que de 3% a 5% da
população de um país deve ser doadora. No Brasil, o percentual de
doadores está em torno de 1,9%, muito abaixo do que é considerado ideal.
Essa realidade não é diferente quando se trata do Estado da Bahia, que
opera com cerca de 1,4% de voluntários.
Com a missão
de coordenar a Política do Sangue, assegurar a oferta de
hemocomponentes e prestar assistência em hematologia e hemoterapia à
população da Bahia, a Hemoba espera continuar atuando com o propósito de
salvar vidas e garantir o bem-estar coletivo.
Entretanto, é
necessário ratificar que esta missão só pode ser cumprida com o
envolvimento de cada doador. O sangue não pode ser fabricado e nem
substituído. As doações voluntárias regulares são indispensáveis para a
manutenção de milhares atendimentos, sejam eles de urgência, emergência
ou eletivos. Somente dessa forma, pessoas que precisam de transfusões de
sangue podem continuar nutrindo seus sonhos.
Os sonhos
trazem a fé necessária para transpor as dificuldades da vida. É preciso
sonhar para acreditar nas realizações futuras e encarar desafios com
coragem e entusiasmo. E desse assunto, os pacientes mirins da fundação
entendem muito bem. Afinal de contas, é entre consultas regulares e
condutas transfusionais que eles conseguem tempo para imaginar e
compartilhar suas histórias.
Ao longo do
mês de dezembro a Hemoba vai contar nas redes sociais oficiais da
instituição (Facebook: facebook.com/hemoba e Instagram: @hemobaoficial)
algumas histórias de pacientes com doença falciforme acompanhados no
ambulatório da fundação.
SOBRE A DOENÇA FALCIFORME
A doença
falciforme é causada por uma modificação genética, cuja principal
característica é a alteração do glóbulo vermelho do sangue (hemácias).
As células alteradas tomam a forma de meia lua, o que dificulta a
passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos
tecidos. O diagnóstico precoce é fundamental para orientar as famílias
quantos aos cuidados necessários, identificar situações de risco e
garantir melhor qualidade de vida ao paciente.
Para
Jurandir de Almeida, pai de João Gabriel, o acompanhamento
multiprofissional é indispensável para a qualidade de vida do filho, que
só descobriu a doença falciforme aos dois anos, através de exame
específico, chamado de eletroforese de hemoglobina. “A gente ouve falar
dessas coisas sem ter a dimensão do assunto, só passando para entender.
Tem muita coisa da doença falciforme que a gente não sabe, falta muita
informação, mas em Salvador o conhecimento das equipes é mais completo.
Aqui Gabriel tem acompanhamento de vários profissionais e segue uma
conduta de tratamento integrada, incluindo as transfusões sanguíneas,
que ajudaram a reduzir as internações e melhorar o quadro geral de saúde
dele”.
Na Bahia, a
Fundação Hemoba é o centro de referência para atendimento às pessoas com
doença falciforme. O tratamento inclui cuidados pessoais,
acompanhamento médico regular, medicamentos e transfusões de sangue.
INCIDÊNCIA
De ordem
hereditária, a doença falciforme ataca milhões de pessoas no mundo e é
considerada uma das doenças genéticas mais comuns no Brasil, tendo a
maior taxa de incidência do país na Bahia. Estima-se que 1 para cada 650
nascidos vivos tem a doença, e, para cada 17 nascidos, 1 apresenta o
traço da doença.
SINTOMAS
Os sintomas
mais comuns variam entre anemia crônica, icterícia (pele amarelada),
inchaços dolorosos nos punhos e tornozelos, úlceras nas pernas, dores
nos ossos, músculos e articulações.
DIAGNÓSTICO
Nos bebês
recém-nascidos é feito o teste do pezinho ainda na maternidade.
Entretanto, o exame de eletroforese de hemoglobina é a outra opção para
diagnóstico e pode ser realizado em qualquer idade.
TRATAMENTO
A Hemoba é o
principal centro de referência do estado da Bahia para pacientes com
doença falciforme. Com aproximadamente 4.800 pacientes cadastrados, a
fundação é responsável por um programa de atenção integral à saúde. Os
atendimentos são realizados por hematologistas pediátricos e adultos,
equipe de enfermagem, fisioterapeutas, odontologistas, psicólogos e
assistentes sociais. A instituição realiza, ainda, assistência
transfusional e farmacêutica, incluindo a dispensação de medicamentos de
alto custo, como Hidroxiureia e Deferasirox, Doppler transcraniano e
curativos para úlceras maleolares. Quando descoberta a doença, o
paciente deve ter acompanhamento médico adequado.
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