Pesquisa aponta que, nas ocasiões especiais, o brasileiro prefere pôr a mão na massa
Além de aflorar os dotes culinários, as
confraternizações caseiras têm um potencial muito mais saudável, de
acordo com especialistas
O clima natalino está no ar e já invadiu
as cidades de todo o país. A comemoração, de cunho religioso, conquista,
até mesmo, os menos devotos e é uma das datas mais importantes do
calendário brasileiro. As musicas típicas, decorações cheias de brilhos e
receitas especiais são fortes características dessa época, que é
seguida pela animada festa de réveillon, para celebrar a chegada do ano
novo. O momento é um dos mais oportunos no mercado, pois as vendas
impulsionam o comércio, inclusive no setor gastronômico. Mas, ainda
assim, na hora de preparar as ceias ou, até mesmo, um jantar especial,
os brasileiros estão optando pela boa e velha comida caseira.
Todo o glamour das comemorações e a
agitação dos restaurantes mais badalados estão dando lugar às
celebrações mais intimistas, preparadas em casa. Quem sai ganhando com
essa nova tendência é o ramo alimentício, que intensifica as vendas dos
produtos sazonais, mas, de acordo com especialistas, quem também acumula
muitas vantagens com este hábito é a saúde. Além disso, a prática ainda
pode fazer muito bem ao bolso, já que os custos para preparar a própria
ceia costuma ser mais reduzido, em comparação com os preços de
alimentos prontos ou restaurantes especializados.
Preparo caseiro se destaca entre os brasileiros
De acordo com a pesquisa "Hábitos
Alimentares do Brasileiro – preferências, dietas e tendências de
consumo", que contou com 1.021 participantes de diversas regiões do país
na edição de 2018, quando se trata de uma ocasião especial, seja uma
comemoração romântica, um jantar de bodas ou, até mesmo, as festas de
final de ano, mais de 80% dos entrevistados prefere preparar as receitas
típicas e mais elaboradas em casa. Isso mesmo, nada de ceias prontas ou
restaurantes glamourosos, a maioria escolhe colocar a mão na massa,
seja para receber os convidados em um local familiar e aconchegante ou,
até mesmo, para pôr em prática e demonstrar seus dotes culinários.
Ainda segundo o levantamento exclusivo, realizado pela Banca do Ramon,
um dos empórios mais tradicionais do Mercado Municipal de São Paulo,
cerca de 14% prefere jantar fora, seja para aproveitar a oportunidade de
conhecer bons restaurantes, seja pela praticidade ou, até mesmo pela
falta de talento com as panelas. Por outro lado, 3% dos entrevistados
ainda preferem comprar algo pronto para servir em casa, pois não sabem
cozinhar ou não dispõem de tempo. E apenas 1% decide contratar um
profissional para preparar o jantar especial na residência.
Home food
Essa tendência, de “comer em casa”, chegou
no país após a virada do século e começou de forma tímida, mas ganhou
destaque acelerado devido aos percalços da economia brasileira. Diante
da crise e da necessidade de economizar, muitas pessoas se renderam ao
hábito de cozinhar para não deixar passar “em branco” as ocasiões
especiais. Além disso, a gastronomia nunca esteve tão em evidência como
nos últimos tempos. Prova disso são os programas de receitas e realities
shows culinários que conquistaram uma enorme audiência e fazem cada vez
mais sucesso na televisão e na internet.
As pessoas estão deixando os buffets e
restaurantes de lado para encarar o fogão na hora de preparar a mesa
farta das ceias. Motivo de comemoração para o comércio varejista,
afinal, a prática favorece as vendas e impulsiona, principalmente, o
setor alimentício. Para se ter ideia, de acordo com o estudo feito pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a
projeção calculada para o Natal deste ano soma um aumento de 2,8% nas
vendas em comparação com o mesmo período do ano passado. O que
representa uma movimentação R$34,5 bilhões e que possibilita, inclusive,
que os varejistas possam oferecer uma cesta total de produtos com
preços mais atrativos para os consumidores.
Mas não para por aí, além do bolso, as
vantagens também se estendem à saúde. De acordo com a nutricionista
Juliana Tomandl, preparar uma refeição caseira soma diversos beneficio à
dieta e ao organismo das pessoas: “Preparar o jantar especial ou, até
mesmo, uma ceia inteira em casa é potencialmente mais benéfico, tudo vai
depender das escolhas feitas, mas, em geral, é de longe a melhor
escolha em comparação com as refeições prontas ou industrializadas” –
afirma a consultora da Banca do Ramon.
A saúde agradece
De acordo com a especialista, o que faz
toda a diferença nesse hábito que se expandiu entre os consumidores
brasileiros, é ter o total controle sobre a qualidade e procedência dos
ingredientes escolhidos. Além disso, também há fatores relevantes como a
higienização, armazenamento e quantidades de industrializados
utilizados no preparo. Segundo a nutricionista os temperos prontos, por
exemplo, podem ser descartados nas receitas caseiras: “Dessa forma a
quantidade de sódio e gorduras trans diminuem e itens como glutamato
monossódico, glucose de milho e outros aditivos químicos que poderiam
prejudicar a qualidade do prato já são evitados”
Além disso, Tomandl afirma que o simples
fato de preferir os temperos naturais já enriquece o cardápio,
aumentando o número de nutrientes, isso sem falar que o sabor e aroma
ficam ainda mais intensos e contribuem para o sucesso do prato. “Outro
fator importante é que, ao contrário daqueles que optam por alimentos
congelados ou prontos previamente, que já começaram a perder vitaminas e
minerais, quem decide pelo preparo caseiro, certamente, dispõe de
ingredientes frescos e, do ponto de vista nutricional, quanto mais
fresco melhor, pois o maior número de nutrientes são conservados” –
explica a especialista.
Atenção à qualidade
Encarar as panelas para preparar refeições
especiais também requer escolhas inteligentes. Para quem preza pela
saúde, é possível montar um menu mais saudável, com proteínas como
protagonistas e carboidratos e gorduras reduzidos. Isso favorece,
inclusive, aqueles que estão de dieta e não querem perder a linha com as
festas de fim de ano. Além disso, o corpo também agradece, já que as
temperaturas quentes do verão no Brasil pedem refeições mais leves e
balanceadas para manter o organismo trabalhando no ritmo certo.
“E não será preciso travar a difícil
batalha de ter que resistir a todas as tentações oferecidas nos vastos
buffets dos restaurantes, pois até as sobremesas podem ganhar versões
mais seguras para a saúde e com muito menos açúcar ou conservantes” –
afirma Tomandl. Tudo isso a um custo muito menor, pois muitos
consumidores aproveitam a Black Friday para antecipar as compras e
garantir itens como bebidas, presentes, decoração e alimentos não
perecíveis. Mas vale ressaltar que, nesses casos, é preciso mais
atenção: “Ingredientes perecíveis devem ficar de fora dessa lista para
não colocar a saúde em risco. Já em relação aos não perecíveis é preciso
lembrar que esses ingredientes também têm um tempo limite de
conservação! , por isso é importante observar o prazo de validade” –
alerta a especialista.
Fonte: Banca do Ramon
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