O Festival Virada Salvador 2019
está se aproximando e, com isso, a Secretaria de Políticas para as
Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) montou um esquema reforçado de
atendimento às mulheres vítimas de violência durante os dias de festa.
As mulheres que
sofrerem qualquer tipo de violência neste período terão como apoio a
Casa de Acolhimento à Mulher Irmã Dulce e o Centro de Referência Loreta
Valadares (CRLV).
Na Casa Irmã Dulce, as mulheres poderão ser acolhidas por um
período de até 15 dias; no Loreta Valadares, elas receberão apoio
psicológico, social e jurídico. No festival doa no passado, não houve
qualquer registro de acolhimento decorrente de casos de
violência ligados ao período do Réveillon. Mas vale frisar que
eventuais vítimas podem buscar atendimento por conta própria em ambos os
espaços. As mulheres também podem ser encaminhadas aos espaços após
boletim de ocorrência registrado nas Delegacias de Atenção
à Mulher (DEAM), ou após contato com a Defensoria Pública e o
Ministério Público.
A titular da SMPJ, Cristina Arguiles, explica que as mulheres devem
se empoderar dos seus direitos e procurar apoio na rede de atendimento
ao público. Ela afirma também que é comum surgirem casos de assédio em
festas com aglomeração e detalha que a mulher
deve ter ciência do que de fato o termo representa para que possa se
defender. “A partir do momento em que ela diz não, qualquer insistência
já é assédio”, explica a gestora sobre os limites entre uma paquera e o
assédio.
Legislação – Este ano, as mulheres que forem curtir o
Festival da Virada Salvador terão um respaldo ainda maior: a lei de
Importunação Sexual (nº 13.718), aprovada pela Presidência da República
em setembro deste ano. Com a lei, o assédio na rua
é enquadrado como crime. Práticas como beijo roubado ou forçado, ou
ainda o ato de “passar a mão”, podem ser enquadradas pela justiça. A
recomendação é que qualquer mulher que se sinta assediada durante o
evento procure pela Polícia Militar ou a Guarda Civil
Municipal (GCM). A vítima deverá ser encaminhada para registrar um
boletim de ocorrência na delegacia para que os trâmites legais possam
ser cumpridos.
De acordo com uma amostragem apresentada pela SPMJ, o tipo mais
comum de assédio contra as mulheres é o psicológico. Este tipo de
violência representa 29% dos casos atendidos no Loreta Valadares,
seguido por moral (26%), física (21%), patrimonial (15%)
e sexual (9%). “Um dado relevante nessa amostragem que temos a partir
do atendimento feito no Loreta Valadares é que a maioria das mulheres
que procuram nossos serviços vem de uma situação de vulnerabilidade
social”, comenta a secretária.
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