O
uso racional de medicamentos é uma recomendação da OMS e está inserido na
Política Nacional de Medicamentos
Quem
nunca recorreu à farmacinha de remédios disponível em casa ou no trabalho para
amenizar uma dor de cabeça, um enjoo ou um mal-estar? Apesar de todas as
orientações e campanhas nacionais, o consumo indevido de medicamentos tem
crescido. Prova disso é que o Brasil pode ocupar até 2021 a quinta posição no
ranking global entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo, segundo dados
da EMIS Insights – empresa que fornece informações estratégicas de empresas,
setores e países dos mercados emergentes.
Esses
dados acendem um alerta sobre a necessidade de conscientização do uso racional
de medicamentos no país. O tema é uma recomendação da Organização Mundial de
Saúde (OMS), também inserido na Política Nacional de Medicamentos, e visa
orientar as pessoas a utilizarem medicamentos apenas com prescrição e
orientação profissional. O objetivo é evitar o aparecimento de reações adversas
a medicamentos, resistência bacteriana a antibióticos e antifúngicos, além de
intoxicações e até mesmo a morte de pacientes.
Relatório
inédito, divulgado pela OMS, no final do ano passado, demonstra que o Brasil
supera a Europa quando o assunto é o consumo de antibióticos, por exemplo.
Segundo o documento, das 65 nações pesquisadas, o Brasil aparece como 19º maior
consumidor desses remédios, com índice de 22,75 doses diárias para cada mil
habitantes, enquanto os países europeus registram média de 18 doses. Essa
realidade, por sua vez, gera preocupação, já que o consumo excessivo e
inadequado de medicamentos pode resultar no surgimento de bactérias resistentes
aos antibióticos disponíveis no mercado e gerar um caos na saúde.
Para
a farmacêutica e bioquímica, Rosemilia Cunha, dois fatores contribuem para o
resultado do relatório. O fácil acesso aos medicamentos e a falta de orientação
profissional para a população sobre os riscos existente no consumo indevido de
medicamentos. “Ninguém pensa que um remédio para dor de cabeça, comprado por R$
4 na farmácia, pode levar à morte. A orientação médica ou farmacêutica é o que
pode ajudar a prevenir essa situação, pois são esses profissionais que conhecem
os benefícios e as reações adversas dos medicamentos e é isso que o uso
racional propõe”, reforça ela.
De
acordo com Rosemilia, a disseminação da informação sobre o uso dos medicamentos
de forma racional contribui para o tratamento dos pacientes e deve ser
realizado para todo e qualquer tipo de medicamento, incluindo os fitoterápicos
e homeopáticos. “As pessoas defendem a ideia que se não fizer bem, mal também
não faz, mas estão erradas. Todos esses medicamentos têm princípios ativos e
possuem efeitos adversos”, diz ela.
Naturais
ou não, o fato é que independente do tipo de medicamento a ser utilizado é
imprescindível buscar sempre uma orientação profissional adequada e,
principalmente, conscientizar a população que a diferença entre o remédio e o
veneno não está apenas na dose, mas também, na desobediência.
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