O
mal, que afeta entre 10% e 15% das mulheres, pode iniciar-se no
puerpério ou em até um ano depois do parto e tem níveis diversos
de complexidade. O ginecologista e a família da mulher são elementos
fundamentais no tratamento dela
Janeiro Branco é o termo utilizado para chamar atenção à campanha de
cuidados com a saúde mental e promoção de atividades ligadas ao tema.
Uma das questões mais presentes na vida da mulher, relacionadas à saúde
mental, é a depressão pós-parto. “Em geral,
não se fala muito sobre o assunto, por desconhecimento e até
preconceito.
Depressão
pós-parto é um quadro depressivo que se apresenta na mulher
imediatamente após o parto ou até um ano depois deste momento. Os
sintomas
são caracterizados como tristeza, apatia, desalento e pode ou não
ocorrer a rejeição ao bebê.
As
causas fisiológicas mais comuns do quadro depressivo pós-parto são as
alterações hormonais bruscas que ocorrem com a mulher. Mas, existem
casos
que são apenas emocionais, principalmente nas pacientes que já
apresentaram alguma depressão antes ou durante a gravidez ou naquelas
que, por fatores diversos, como idade (muito novas ou mais velhas),
condição sócio-econômica-cultural. “Uma paciente em condição
financeira prejudicada ou de família desestruturada pode apresentar
depressão pós-parto sem causas fisiológicas, sendo um estado puramente
emocional. De qualquer maneira, seja o problema físico ou emocional, ele
deve ser tratado imediatamente”, alerta a Dra.
Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista.
Ela
explica que a depressão pós-parto pode ter, como uma das principais
características, a rejeição ao bebê, mas, pode se apresentar em níveis
diferentes. “Existe um quadro chamado de Baby Blues, caracterizado por
melancolia, sensibilidade amplificada e insegurança que chegam de
repente, mas, que não causam tristeza no puerpério. Esse quadro tende a
passar logo, sem a necessidade de intervenção médica.
Mas, se os sintomas perdurarem mais do que 30 dias ou forem muito
intensos, é importante procurar o médico. Consideramos um sintoma
clássico da depressão instalada a rejeição ao bebê, mas, o diagnóstico
só pode ser realizado pelo ginecologista ou psiquiatra
e tratado por ambos”, explica Mariana.
Entre
10% e 15% das mulheres passam pela depressão pós-parto. A duração do
quadro depende muito da resposta da paciente à medicação. “Algumas
melhoram imediatamente, mas, em casos graves, exige-se até mesmo a
internação. O tratamento é feito com medicação e terapia”, ensina.
Mariana
Rosário entende que o apoio familiar é fundamental nos casos
depressivos no puerpério. “É preciso entender que a mulher não escolheu
estar
nesta situação. Ela precisa de carinho e compreensão para superar o
momento – e julgamentos só pioram a depressão”, diz a médica.
Ela
finaliza tranquilizando as gestantes: “Não é preciso ter medo de uma
depressão aparecer, porque existe tratamento para o problema. Fazer um
pré-natal completo, ter uma gravidez tranquila, cuidando da saúde e
praticando atividade física são as melhores formas de prevenir-se do
problema, mas, se ele se manifestar, procure imediatamente apoio
médico”.
Sobre a Dra. Mariana Rosário
Formada
pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra.
Mariana Rosário possui os títulos de especialista em Ginecologia,
Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e
estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de
Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo.
Possui
vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em
Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops
de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de
gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou
de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases
da vida e atua ativamente em programas que visam
ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em
cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz
conteúdo científico para produções acadêmicas.
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