Água potável: direito da humanidade a ser preservado
*Elias Oliveira
O
planeta apresenta, de fato, escassez de água potável. Segundo a
Organização das Nações Unidas, 97,61% da água do mundo é proveniente dos
oceanos e apenas 3% do total corresponde aos
rios e afins que originam a água doce. Portanto, tão imprescindível
quanto a humanidade utilizar de forma consciente esse escasso recurso, é
a população ter acesso à água tratada para o consumo. Porém,
infelizmente, não é isso o que acontece,
já
que cerca de 50% da população mundial ainda consome água não tratada e
pelo menos 2,2 milhões de pessoas morrem anualmente em função do contato
com água contaminada ou poluída.
Isso
ocorre porque, de acordo com os dados do último relatório divulgado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) em 2017, cerca de três em cada
dez pessoas no mundo não recebiam água potável em casa, e seis em cada
dez também não contavam com um serviço de saneamento seguro.
No
Brasil, de acordo com o último Ranking do Saneamento – 100 Maiores
Cidades do Brasil produzido pelo Instituto Trata Brasil, os números
nacionais sobre o assunto avançaram, mas bem pouco. Em 2016,
os indicadores mostravam que 17% dos brasileiros ainda não eram
abastecidos com água potável e que 48% não tinham coleta de esgoto.
O
grande dilema então é ponderar o que cada um de nós pode fazer para
evitar uma piora da situação. Há muitas campanhas na mídia para que as
pessoas pratiquem um consumo responsável e evitem ao máximo
desperdícios. Debate-se a importância de tomar banhos rápidos, de
fechar a torneira enquanto lavamos uma louça ou escovamos os dentes, de
usar água de reuso para lavar a calçada e veículos e assim por diante.
Porém, há também perdas em algumas estações de
tratamento de água utilizada na lavagem dos filtros e nas redes de
distribuição.
Entre
os motivos que levam a esse resultado está o fato de que existem
estações de tratamento de água no Brasil (ETAs), representadas por
empresas públicas e concessionárias privadas, que contam com
estruturas e tecnologias em operação há muito tempo. São redes de
distribuição antigas que ocasionalmente se rompem, sem dizer dos “gatos”
que são feitos por parte de consumidores para desvio de água tratada,
os quais comprometem a potabilidade com possíveis
contaminações. É comum, por exemplo, que a água usada na lavagem de
filtros e decantadores seja simplesmente descartada, gerando perda pela
não reutilização neste processo. Com investimento e controle adequado
esse “desperdício” poderia ser evitado. Claro
que para toda regra há exceção e, sendo assim, existem ETAs que
reaproveitam essa água. Entretanto, elas ainda são poucas.
Para
reverter esta preocupante realidade, penso que o ideal é garantir
investimentos, recursos na manutenção e mais tecnologia para um melhor
serviço de tratamento de água. Nesse sentido, aponto dois
caminhos como opção. Um deles é o uso do dióxido de cloro, que
apresenta elevado potencial oxidante e desinfetante, além de não formar
trihalometanos e ácidos haloacéticos, poluentes que contaminam a água. O
outro é o
cloro gás liquefeito, que pode ser usado tanto nas ETAs como na
indústria de alimentos e bebidas, entre outros setores, para tratar da
água residual, que posteriormente pode ser aproveitada inclusive pelo
setor agrícola, um dos grandes consumidores de
água potável. Este reaproveitamento para mais do que um único fim faz
toda a diferença quando a pauta é evitar o desperdício de um recurso tão
escasso como a água doce.
Com
base em todos esses dados, dá para concluir o quão importante é um
serviço de tratamento de água e o fornecimento de água potável para toda
a população do planeta, não é mesmo? Que neste Dia Mundial
da Água, celebrado em 22 de março, todos nós possamos refletir sobre o
tema e, mais do que isso, agir para transformar nossa realidade!
*Elias Oliveira
é gestor institucional da unidade de negócio Sabará Químicos
e Ingredientes, pertencente ao Grupo Sabará, empresa que oferece ao
mercado soluções integradas para o tratamento de águas industriais e
saneamento básico, garantindo há mais de 60 anos o fornecimento de
produtos, equipamentos, assistência técnica e prestação
de serviços para a desinfecção de águas em diversos processos
industriais.

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