Após
o período de Carnaval, quando muitas pessoas tendem a ter maior número
de relações sexuais com parceiros diferentes, começam a surgir maior
incidência dos casos de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs). A sífilis é uma delas e o alto número de
infectados no Brasil tem crescido e preocupado especialistas. A falta de
prevenção aliada à dificuldade de detectar os sintomas iniciais
dificulta o combate à doença, que se tornou uma das infecções
sexualmente transmissíveis mais recorrentes entre jovens, adultos e
gestantes no país.
Dados
do Boletim Epidemiológico da Sífilis 2018 mostram que a taxa de
detecção da sífilis adquirida aumentou de 44,1 para cada grupo de 100
mil habitantes, em 2016, para 58,1/100
mil em 2017. No mesmo período, a sífilis em gestantes cresceu de 10,8
casos por mil nascidos vivos para 17,2. Já a sífilis congênita, passou
de 21.183 casos em 2016 para 24.666 em 2017.
A
médica ginecologista e sócia
da clínica EMEG, Ana Cristina Batalha, destaca que a sífilis é um dos
microrganismos sexualmente transmissíveis mais preocupantes por conta
das complicações que pode causar e ressalta a importância de alertar a
população para o diagnóstico precoce da doença.
“Não é sempre que os sintomas aparecem, por isso é preciso atenção. Se a sífilis for diagnosticada no início, a cura será mais rápida. Caso
contrário, pode acarretar cegueira, demência e más formações – no caso de infecção congênita, transmitida
de mãe para filho -, comprometendo o sistema neurológico da criança e até a sua vida”, conta.
A
transparência nas consultas
é essencial para manter a saúde do paciente. E o debate não é só em
torno da sífilis, mas de todas as doenças sexualmente transmissíveis. No
entanto, o preconceito e o medo
do julgamento social ainda afetam muitos pacientes, que resistem em
informar ao médico que fizeram sexo sem preservativo. Esse cenário
atrapalha o diagnóstico precoce da doença. “Caso
a pessoa tenha uma relação sexual sem proteção, ela deve fazer um teste
rápido, uma ou duas semanas depois, para confirmar a presença da
sífilis, bem como de outras doenças. Os testes estão disponíveis em
todas as unidades de saúde”, complementa a médica ginecologista
e sócia da EMEG, Cristina Sá.
Ter uma vida sexual saudável,
seguir as orientações médicas e procurar tratamento ainda nos primeiros sintomas da doença
são os principais métodos de prevenção. Já a médica ginecologista e
sócia da EMEG, Ticiana Cabral, ressalta que a mãe e o pai devem fazer o
tratamento, mas o que se observa é que os homens têm maior resistência,
muitas vezes não o concluem e, portanto, não
ficam 100% curados e a doença se propaga.
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