No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8),
todos os olhares se voltam para a mobilização e reflexão contra todo e
qualquer processo de discriminação de gênero, e, sobretudo, aos diversos
tipos de violência contra as mulheres. Em Salvador, a Prefeitura, por
meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude
(SPMJ), estabeleceu a causa como prioridade desde 2013.
Para atender as mulheres vítimas de violência na capital baiana, a
SPMJ disponibiliza o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em
Situação de Violência Loreta Valadares, nos Barris, e o Centro de
Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce, localizado na Ribeira.
Ambos os centros atenderam 4.514 mulheres vítimas de algum tipo de
violência em 2018.
No ano passado, o Loreta Valadares realizou 3.312 atendimentos. Em
janeiro deste ano, 244 mulheres receberam o suporte do centro. Os meses
de fevereiro e março ainda não foram computados. Já no Centro de
Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Irmã Dulce,
entregue a população em abril do ano passado, 1.202 mulheres receberam
algum tipo de atendimento desde a inauguração até dezembro de 2018. Nos
três primeiros meses de 2019, aproximadamente 400 já receberam algum
tipo de suporte da unidade.
O ano de 2019 teve início com diversos casos de feminicídio nos
quatro cantos do Brasil. Os números crescentes assustam e, na Bahia, a
situação não é muito diferente. Em 2017, foram 229 vítimas. Já em 2018, a
Central de Atendimento à Mulher 180 registrou, em média, 586 denúncias
mensais de tentativas de morte a mulheres – ou seja, mais que dobrou o
número de casos. No estado, a média é de 67 processos de violência
contra a mulher abertos por dia, segundo a Vara de Violência Doméstica.
Funcionamento – No Centro de Atendimento à Mulher
Soteropolitana Irmã Dulce é disponibilizada assistência jurídica,
psicológica e social para as vítimas que forem encaminhadas pelas
Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher durante os festejos. O
funcionamento é 24 horas e o centro tem capacidade para abrigar até 29
cidadãs, encaminhadas pelas delegacias da Mulher existentes nos bairros
de Brotas e Periperi. “Em Salvador, as mulheres podem estar certas de
que não estão sozinhas e que não vamos esquecer de nenhuma delas",
enfatizou a secretária Rogéria.
Já no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de
Violência Loreta Valadares, o público feminino pode contar com
acompanhamento psicológico e social, orientação e informação jurídica,
além de dispor de acompanhamento pedagógico para os filhos que
necessitem acompanhá-las em atendimento. São acolhidas na instituição
vítimas de violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial
que procuram o espaço por conta própria ou são encaminhados através de
instituições ou serviços. O espaço está em funcionamento desde 2013 e
atende demanda espontânea.
Denuncie – Há suspeita de que o número de mulheres
vítimas de violência pode ser ainda maior do que os casos denunciados,
especialmente porque nem todas as ocorrências chegam até às delegacias.
“Romper o ciclo de violência não é fácil. Por isso, precisamos
encorajá-las, fazer com que as vítimas conheçam seus direitos, estimular
a denúncia por meio da Central 180 e fortalecer a rede de apoio, para
que essa mulher se sinta acolhida. Esse sofrimento precisa ter um fim. O
Estado precisa garantir o direito à mulher de uma vida sem violência”,
destacou a titular da SPMJ.
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