No fim do ano passado, 8.517 médicos cubanos deixaram o programa
Mais Médicos no Brasil. Apesar do anúncio do Governo Federal de que
médicos brasileiros haviam preenchidos as vagas, a recente deserção já
estava anunciada, deixando a Atenção Básica à beira
do colapso. A análise do secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio
Vilas-Boas, foi publicada na edição desta quarta-feira (17), no jornal A
Tarde.
De acordo com o secretário, "a verdade é que todos os estudos de
fixação profissional já corroboravam essa dinâmica de abandono,
inclusive o recente estudo do Conselho Federal de Medicina, Demografia
Médica do Brasil - 2018, onde 80% dos médicos recém-formados
(perfil do grupo desertor) desejavam ingressar em algum programa de
residência médica e apenas 5% queriam ir para programas vinculados à
Atenção Básica", afirma.
Vilas-Boas ainda pontua que "é comum que boa parte dos médicos
queira atuar em centros especializados e grandes hospitais, até porque o
curso de Medicina ainda é muito elitista. A prática confirmou o que já
vinha sendo observado há cinco anos, uma elevada
adesão inicial de médicos brasileiros na reta final da faculdade, cujos
planos de curto prazo eram outros: cursar residência ou se
especializar", ressalta.
O titular da pasta estadual da Saúde ainda alerta que "o reflexo da
desestruturação por que passam os municípios já pode ser sentido nos
números da central de regulação: aumento de 40% na demanda por
internações hospitalares ao longo dos últimos três meses",
diz.
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