Cerca de
20 milhões de brasileiros têm o hábito de fumar. Salvador, no entanto, é
a capital com menor índice de consumo de cigarro, representando pouco
mais de 5% da população. Os índices, apesar de
terem reduzido nos últimos anos, ainda chamam atenção, uma vez que este
vício é capaz de desencadear mais de 50 doenças no organismo. “São
patologias tabaco-relacionadas, como as cardiovasculares (hipertensão,
morte súbita, arritmias cardíacas), cerebrovasculares
(principal causa de acidente vascular cerebral), doença pulmonar
obstrutiva crônica e piora do controle da asma”, detalha a pneumologista
do Hospital São Rafael (HSR) Dra. Camila Loureiro, que também afirma
que aproximadamente 156 mil brasileiros morrem, por
ano, por conta do tabagismo.
A médica
explica que a combustão do cigarro libera mais de 4.700 substâncias
tóxicas, incluindo a nicotina - responsável pela dependência,
nitrosaminas, oxidantes e aldeídos. “A fumaça, ao ser inalada,
distribui-se rapidamente pelo sistema circulatório, podendo causar
inflamação e lesão celular nas diferentes partes do organismo. Apesar da
queda da prevalência, mais de 400 pessoas ainda morrem por dia no
Brasil, por conta deste vício”, conta a especialista.
Vale um alerta ainda para o tabagismo passivo, considerado a terceira
causa de morte evitável no mundo. “O fumante passivo também está sob
risco de doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico,
doença pulmonar obstrutiva crônica e neoplasias”,
reforça.
O
tabagismo tem aumentado entre as mulheres, embora a prevalência ainda
seja maior entre homens (mais de 11 milhões). A pneumologista do HSR faz
um alerta para a idade de consumo, que está cada vez
mais precoce. Cerca de 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18
anos. “Além do fato de a adolescência ser um período de grandes
transformações orgânicas e formação da personalidade, o tabagismo entre
familiares, a aceitação social, o fácil acesso e a
venda ilegal de cigarros para menores e outros produtos derivados do
tabaco, como o narguilé, podem contribuir de maneira significativa para a
iniciação precoce do tabagismo”, ressalta Dra. Camila Loureiro.
Cigarro eletrônico
É um
dispositivo que produz vapor inalável, simulando o ato de fumar. Além da
nicotina, já foram identificadas inúmeras substâncias nocivas no vapor,
incluindo citotóxicos, carcinogênicos e irritantes.
Segundo a especialista, indo de encontro com a opinião de muitos
adeptos, “não há evidências científicas na literatura médica que o
recomendem seguramente como estratégia para cessação do tabagismo”.
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu
a comercialização, importação e propaganda do cigarro eletrônico no
Brasil.
Pare de fumar
Apesar
da prevalência ainda alarmante, para quem deseja parar
de fumar, independente da presença ou não das doenças
tabaco-relacionadas, os benefícios são animadores. Após duas horas, não
há mais nicotina
circulando no sangue; em oito horas, o nível de oxigênio no sangue se
normaliza; e de 12 a 24 horas, os pulmões já começam a funcionar melhor.
Em cerca de 48 horas, o olfato e o paladar ficam mais apurados e, após
três semanas, o indivíduo já percebe melhoras
também na respiração e na circulação. “Após um ano sem fumar, o risco
de morte por infarto do miocárdio reduz pela metade e após 10 anos, o
risco de sofrer infarto é igual ao das pessoas que nunca fumaram”, conta
a pneumologista Dra. Camila Loureiro.
Dicas
1. Tenha determinação.
2. Diminua
gradativamente o consumo de cigarros ou pare de forma abrupta: o
importante é utilizar um método que funcione com você.
3. Corte os gatilhos do fumo, como o café e a bebida alcoólica.
4. Pratique atividades físicas.
5. Beba muita água.
6. Quebre a rotina e mude os hábitos antigos.
7. Evite lugares com grande número de fumantes.
8. Comunique à família e amigos sobre sua decisão e busque apoio nessas pessoas.
9. Respire e inspire profundamente, quando sentir vontade de fumar.
10. Por último, mas não menos importante, faça acompanhamento com um pneumologista.
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