De 1º de setembro de 2017, quando entrou em vigor uma lei de combate à discriminação em Portugal, até o final de junho de 2018, foram registradas 207 denúncias de xenofobia e racismo. A maior parte dos registros são de discriminação contra negros (20%) e brasileiros (10%), que são a maior comunidade estrangeira em Portugal.
Os dados são da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CIDR). Mas esses dados não refletem o que diariamente os imigrantes brasileiros sofrem nas ruas, no atendimento ao público e até mesmo no ambiente acadêmico, chamado “micro-preconceito”, por às vezes ser sutil, velado.
Nesta semana, mais um caso de denúncia de preconceito contra brasileiros aconteceu, no concelho de Castelo de Paiva, região do Tâmega e Sousa, a 50km da cidade do Porto. O denunciante, Mário Taffarel, artista plástico graduado pela conceituada Universidade do Porto, nascido em Portugal, filho de brasileiros relata que sofreu com ataques xenofóbicos dirigidos a ele e sua família: “eu sou cidadão português, nasci aqui, mas constantemente eu e minha família sofremos ataques racistas e xenofóbicos. Essa semana fomos ameaçados novamente e vítimas de preconceito. Nosso vizinho em um ataque de fúria, porque ele achou que meu carro atrapalhava a passagem, disse que tínhamos que voltar pro Brasil ou nos matar nos jogando da ponte D. Luis. Falou que somos indesejados e que tínhamos que morrer, e todo esse ódio simplesmente porque meus pais são brasileiros e eu filho de brasileiros”, relata.
Mário Taffarel prestou queixa na Guarda Nacional Republicana (GNR) que é a polícia portuguesa e registrou um boletim de ocorrência relativo a injúria racional, xenofobia e as ameaças que sua família sofreu. O caso está sendo investigado pela Procuradoria e pela GNR: “sem nenhum motivo também fui acusado de ser um tarado, um pervertido sexual, e a senhoria da casa em que moramos ameaçou me bater. Isso tudo do nada. Todo esse ódio explícito é acompanhado de expressões como ‘cá não é o Brasil’ e ‘temos nossos meios de resolver esse problema’. Ameaças e mais ameaças”, contou o denunciante.
Apesar dos esforços do governo português em diminuir o número de ocorrências de racismo e xenofobia, há uma imaginação geográfica de superioridade europeia, que influencia desde as relações entre os países até as relações interpessoais. Portugal, ex-metrópole e país europeu, e o Brasil, como ex-colônia, reproduzem essas hierarquias: “palavras como ‘vocês não estão no Brasil’ ou ‘não são rainha e príncipe aqui’ reforçam essa visão de inferioridade que alguns portugueses tem contra os brasileiros. Eles acreditam que o brasileiro vem imigrar para a Europa para causar problemas e que são todos desocupados. É uma grande desinformação. Lamentável que em pleno século 21 essa mentalidade atrasada ainda exista e eu e minha família soframos ameaças a nossa vida simplesmente por causa da hereditariedade”.
Os dados são da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CIDR). Mas esses dados não refletem o que diariamente os imigrantes brasileiros sofrem nas ruas, no atendimento ao público e até mesmo no ambiente acadêmico, chamado “micro-preconceito”, por às vezes ser sutil, velado.
Nesta semana, mais um caso de denúncia de preconceito contra brasileiros aconteceu, no concelho de Castelo de Paiva, região do Tâmega e Sousa, a 50km da cidade do Porto. O denunciante, Mário Taffarel, artista plástico graduado pela conceituada Universidade do Porto, nascido em Portugal, filho de brasileiros relata que sofreu com ataques xenofóbicos dirigidos a ele e sua família: “eu sou cidadão português, nasci aqui, mas constantemente eu e minha família sofremos ataques racistas e xenofóbicos. Essa semana fomos ameaçados novamente e vítimas de preconceito. Nosso vizinho em um ataque de fúria, porque ele achou que meu carro atrapalhava a passagem, disse que tínhamos que voltar pro Brasil ou nos matar nos jogando da ponte D. Luis. Falou que somos indesejados e que tínhamos que morrer, e todo esse ódio simplesmente porque meus pais são brasileiros e eu filho de brasileiros”, relata.
Mário Taffarel prestou queixa na Guarda Nacional Republicana (GNR) que é a polícia portuguesa e registrou um boletim de ocorrência relativo a injúria racional, xenofobia e as ameaças que sua família sofreu. O caso está sendo investigado pela Procuradoria e pela GNR: “sem nenhum motivo também fui acusado de ser um tarado, um pervertido sexual, e a senhoria da casa em que moramos ameaçou me bater. Isso tudo do nada. Todo esse ódio explícito é acompanhado de expressões como ‘cá não é o Brasil’ e ‘temos nossos meios de resolver esse problema’. Ameaças e mais ameaças”, contou o denunciante.
Apesar dos esforços do governo português em diminuir o número de ocorrências de racismo e xenofobia, há uma imaginação geográfica de superioridade europeia, que influencia desde as relações entre os países até as relações interpessoais. Portugal, ex-metrópole e país europeu, e o Brasil, como ex-colônia, reproduzem essas hierarquias: “palavras como ‘vocês não estão no Brasil’ ou ‘não são rainha e príncipe aqui’ reforçam essa visão de inferioridade que alguns portugueses tem contra os brasileiros. Eles acreditam que o brasileiro vem imigrar para a Europa para causar problemas e que são todos desocupados. É uma grande desinformação. Lamentável que em pleno século 21 essa mentalidade atrasada ainda exista e eu e minha família soframos ameaças a nossa vida simplesmente por causa da hereditariedade”.
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