Diante do sucesso da temporada de Santo Amaro, espetáculo faz uma apresentação a mais amanhã (17) no Teatro Sesc Senac Pelourinho
Estreia foi em Santo Amaro com dois dias de casa lotada no Teatro Dona Canô
Após estrear com casa lotada em Santo Amaro no último fim de semana, o musical Nossa Gente: Assis não Fez Bobagem realiza sessões para os soteropolitanos em dia único amanhã (17), no Teatro Sesc Senac Pelourinho. A boa notícia é que ao invés de apenas uma, serão duas sessões, a primeira às 19h30 e a segunda às 20h50, ambas gratuitas com ingressos sendo retirados uma hora antes das apresentações, A temporada é uma realização da R.Ventura Comunicação e conta com patrocínio da Companhia de Gás da Bahia - Bahiagás e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
O merecido musical em homenagem a Assis Valente tem idealização da cantora e compositora Fá Ribeiro, direção teatral de Eddie Marques, direção artística de Maria Antônia Bandeira, direção coreográfica de Rachel Cavalcanti e direção musical de Lula Gazineu. A grande inspiração está na obra do baiano, nascido em Santo Amaro. Basta dizer que Carmem Miranda gravou mais de 20 músicas dele, os Novos Baianos encantaram o país com “Brasil Pandeiro”, de sua autoria, e com certeza a maioria dos adultos de hoje cresceram ouvindo “Boas Festas” (Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...) e “Cai Cai Balão”, duas das suas obras mais executadas.
No palco, as cenas giram em torno da vida e a obra de um artista pouco conhecido em relação à magnitude da sua obra, um homem de múltiplos talentos, que tinha a música como sua grande paixão e que viveu muitos dilemas existenciais, o que o levou ao suicídio com apenas 46 anos, quando já vivia no Rio de Janeiro. Sua partida para o Rio veio do sonho de morar na “cidade maravilhosa”, onde se sustentou por um tempo fazendo desenhos para as revistas Shimmy e Fon-Fon e, depois, como protético. Com incentivo do compositor, cantor e pintor Heitor dos Prazeres (1898-1966), passou a reconhecer seu dom na escrita e assim se iniciou como compositor.
Negro, nordestino e artista, Assis Valente enfrentou opressão e preconceitos, inclusive dentro da família, mas nunca desistiu de sua carreira musical. Usou de sua persistência para chegar até Carmem Miranda – por quem nutriu uma admiração interpretada até como uma grande paixão – e fez da alegria uma arma para lidar com seus conflitos internos e com sua tendência à autodepreciação. Mesmo tendo sempre um sorriso no rosto – o que era sua marca -, Assis trouxe temas sociais, como o racismo, para suas canções, e tentou suicídio duas vezes antes da terceira investida que o levou à morte.
“Ele utilizava de uma ironia incomparável para escrever suas canções, era muito brincalhão e usava o linguajar do povo. Também retratava com maestria o cotidiano da época, marcada pela valorização de produtos importados e termos estrangeiros. Exemplos de sátira à pequena burguesia que começava a adotar costumes e chavões norte-americanos são as canções Good bye Boy, que foi gravada com sucesso por Carmem Miranda, e Tem Francesa no Morro, que ficou famosa na voz de Aracy Cortes”, conta Fá Ribeiro, idealizadora do espetáculo.
EM CENA - O musical “Nossa Gente – Assis Não fez Bobagem” traz à cena 16 canções de Assis Valente executadas ao vivo por uma banda que permanece no palco durante todo o espetáculo, que dura 1h20. O fio condutor do roteiro é uma conversa entre o compositor e a sua consciência após a morte, que por vezes sugere um diálogo entre ele e um anjo da morte, trazendo à tona suas memórias, passagens de sua vida, pessoas que dela fizeram parte, sendo cada situação um convite para a execução de uma de suas músicas.
“A escolha das canções deixa clara a diversidade de sentimentos presente nas músicas de Assis, os altos e baixos de sua vida, a sua alegria e também a sua melancolia, e elas ganham interpretação e arranjos compatíveis com o momento em que aquela obra foi composta. Trechos das canções também são usados no próprio diálogo que alinhava o espetáculo, de forma que a direção teatral e a musical estão em total interação”, realça o diretor musical do espetáculo, Lula Gazineu.
“A ordem cronológica da vida de Assis foi invertida no espetáculo, sendo a morte dele a cena inicial, no intuito de propor uma retrospectiva de sua vida, encenada por dois atores que interpretam o compositor, um que dialoga com o Anjo da Morte, outro que protagoniza as lembranças dele, e toda a conversa caminha no sentido de afirmar: Olha aí Assis o quanto a sua vida valeu a pena”, conta o diretor teatral Eddie Marques.
Ao todo seis cantores dão voz às músicas, sendo um deles o ator e cantor Pedro de Rosa Morais, que interpreta Assis nas suas lembranças. Também dá vida a Assis o ator Everton Rocha, que dialoga com o Anjo da Morte, por sua vez interpretado pela atriz Maria Antônia Bandeira, também diretora artística do musical. Fá Ribeiro assina a concepção do projeto e também atua como cantora e roteirista musical e teatral. A sapateadora e bailarina Raquel Cavalcanti assina as coreografias. (Ficha Técnica completa ABAIXO).
FICHA TÉCNICA:
ROTEIRO ORIGINAL / DIREÇÃO GERAL
Fá Ribeiro
DIREÇÃO MUSICAL
Lula Gazineu
DIREÇÃO TEATRAL
Eddie Marques
DIREÇÃO COREOGRÁFICA
Rachel Cavalcanti
DIREÇÃO ARTÍSTICA
Maria Antônia Bandeira
ELENCO:
CANTORES
Éder Kinzkowski
Fá Ribeiro
Márcia Régia
Rita Tavarez
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
Lia Gomes
ATORES
Everton Rocha
Maria Antônia Bandeira
Pedro de Rosa Morais
MÚSICOS:
Bira Monteiro
Ivan Bastos
Lula Gazineu
Nilton Azevedo
Ricardo Carvalho
MAQUIAGEM: Déo Carvalho
FIGURINISTA: Carlos Nunes
BAILARINOS:
Shelei Assunção
Michele Pinheiro
Roberto Gomes
JP Cavalcanti
SONORIZAÇÃO
Caji
ILUMINAÇÃO
Geovane Nascimento
DESIGN GRÁFICO
Lado B
ILUSTRAÇÃO
Elano Passos
FOTOGRAFIAS:
Diogo Andrade
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Carla Gatis
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Rafaela Ventura
FONTE DE PESQUISA:
Pimentel, J. Assis Valente.
Coleção Gente Da Bahia.
Assembléia Legislativa Da Bahia:
2013.
Estreia foi em Santo Amaro com dois dias de casa lotada no Teatro Dona Canô
Após estrear com casa lotada em Santo Amaro no último fim de semana, o musical Nossa Gente: Assis não Fez Bobagem realiza sessões para os soteropolitanos em dia único amanhã (17), no Teatro Sesc Senac Pelourinho. A boa notícia é que ao invés de apenas uma, serão duas sessões, a primeira às 19h30 e a segunda às 20h50, ambas gratuitas com ingressos sendo retirados uma hora antes das apresentações, A temporada é uma realização da R.Ventura Comunicação e conta com patrocínio da Companhia de Gás da Bahia - Bahiagás e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
O merecido musical em homenagem a Assis Valente tem idealização da cantora e compositora Fá Ribeiro, direção teatral de Eddie Marques, direção artística de Maria Antônia Bandeira, direção coreográfica de Rachel Cavalcanti e direção musical de Lula Gazineu. A grande inspiração está na obra do baiano, nascido em Santo Amaro. Basta dizer que Carmem Miranda gravou mais de 20 músicas dele, os Novos Baianos encantaram o país com “Brasil Pandeiro”, de sua autoria, e com certeza a maioria dos adultos de hoje cresceram ouvindo “Boas Festas” (Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...) e “Cai Cai Balão”, duas das suas obras mais executadas.
No palco, as cenas giram em torno da vida e a obra de um artista pouco conhecido em relação à magnitude da sua obra, um homem de múltiplos talentos, que tinha a música como sua grande paixão e que viveu muitos dilemas existenciais, o que o levou ao suicídio com apenas 46 anos, quando já vivia no Rio de Janeiro. Sua partida para o Rio veio do sonho de morar na “cidade maravilhosa”, onde se sustentou por um tempo fazendo desenhos para as revistas Shimmy e Fon-Fon e, depois, como protético. Com incentivo do compositor, cantor e pintor Heitor dos Prazeres (1898-1966), passou a reconhecer seu dom na escrita e assim se iniciou como compositor.
Negro, nordestino e artista, Assis Valente enfrentou opressão e preconceitos, inclusive dentro da família, mas nunca desistiu de sua carreira musical. Usou de sua persistência para chegar até Carmem Miranda – por quem nutriu uma admiração interpretada até como uma grande paixão – e fez da alegria uma arma para lidar com seus conflitos internos e com sua tendência à autodepreciação. Mesmo tendo sempre um sorriso no rosto – o que era sua marca -, Assis trouxe temas sociais, como o racismo, para suas canções, e tentou suicídio duas vezes antes da terceira investida que o levou à morte.
“Ele utilizava de uma ironia incomparável para escrever suas canções, era muito brincalhão e usava o linguajar do povo. Também retratava com maestria o cotidiano da época, marcada pela valorização de produtos importados e termos estrangeiros. Exemplos de sátira à pequena burguesia que começava a adotar costumes e chavões norte-americanos são as canções Good bye Boy, que foi gravada com sucesso por Carmem Miranda, e Tem Francesa no Morro, que ficou famosa na voz de Aracy Cortes”, conta Fá Ribeiro, idealizadora do espetáculo.
EM CENA - O musical “Nossa Gente – Assis Não fez Bobagem” traz à cena 16 canções de Assis Valente executadas ao vivo por uma banda que permanece no palco durante todo o espetáculo, que dura 1h20. O fio condutor do roteiro é uma conversa entre o compositor e a sua consciência após a morte, que por vezes sugere um diálogo entre ele e um anjo da morte, trazendo à tona suas memórias, passagens de sua vida, pessoas que dela fizeram parte, sendo cada situação um convite para a execução de uma de suas músicas.
“A escolha das canções deixa clara a diversidade de sentimentos presente nas músicas de Assis, os altos e baixos de sua vida, a sua alegria e também a sua melancolia, e elas ganham interpretação e arranjos compatíveis com o momento em que aquela obra foi composta. Trechos das canções também são usados no próprio diálogo que alinhava o espetáculo, de forma que a direção teatral e a musical estão em total interação”, realça o diretor musical do espetáculo, Lula Gazineu.
“A ordem cronológica da vida de Assis foi invertida no espetáculo, sendo a morte dele a cena inicial, no intuito de propor uma retrospectiva de sua vida, encenada por dois atores que interpretam o compositor, um que dialoga com o Anjo da Morte, outro que protagoniza as lembranças dele, e toda a conversa caminha no sentido de afirmar: Olha aí Assis o quanto a sua vida valeu a pena”, conta o diretor teatral Eddie Marques.
Ao todo seis cantores dão voz às músicas, sendo um deles o ator e cantor Pedro de Rosa Morais, que interpreta Assis nas suas lembranças. Também dá vida a Assis o ator Everton Rocha, que dialoga com o Anjo da Morte, por sua vez interpretado pela atriz Maria Antônia Bandeira, também diretora artística do musical. Fá Ribeiro assina a concepção do projeto e também atua como cantora e roteirista musical e teatral. A sapateadora e bailarina Raquel Cavalcanti assina as coreografias. (Ficha Técnica completa ABAIXO).
FICHA TÉCNICA:
ROTEIRO ORIGINAL / DIREÇÃO GERAL
Fá Ribeiro
DIREÇÃO MUSICAL
Lula Gazineu
DIREÇÃO TEATRAL
Eddie Marques
DIREÇÃO COREOGRÁFICA
Rachel Cavalcanti
DIREÇÃO ARTÍSTICA
Maria Antônia Bandeira
ELENCO:
CANTORES
Éder Kinzkowski
Fá Ribeiro
Márcia Régia
Rita Tavarez
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
Lia Gomes
ATORES
Everton Rocha
Maria Antônia Bandeira
Pedro de Rosa Morais
MÚSICOS:
Bira Monteiro
Ivan Bastos
Lula Gazineu
Nilton Azevedo
Ricardo Carvalho
MAQUIAGEM: Déo Carvalho
FIGURINISTA: Carlos Nunes
BAILARINOS:
Shelei Assunção
Michele Pinheiro
Roberto Gomes
JP Cavalcanti
SONORIZAÇÃO
Caji
ILUMINAÇÃO
Geovane Nascimento
DESIGN GRÁFICO
Lado B
ILUSTRAÇÃO
Elano Passos
FOTOGRAFIAS:
Diogo Andrade
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Carla Gatis
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Rafaela Ventura
FONTE DE PESQUISA:
Pimentel, J. Assis Valente.
Coleção Gente Da Bahia.
Assembléia Legislativa Da Bahia:
2013.
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