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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Abertura do Terra Madre Brasil 2020 no dia 17 de novembro


 “O Terra Madre Brasil é uma boa oportunidade para o brasileiro aprender mais sobre os saberes e sabores de seu próprio país”, destaca Bela Gil 



Ativista, nutricionista e cozinheira, Bela Gil é um dos nomes que participam da abertura do Terra Madre Brasil 2020 no dia 17 de novembro, às 14h, pelo canal do YouTube do Slow Food Brasil. Em entrevista à jornalista Sara Campos, assessora de imprensa do Terra Madre Brasil 2020, ela fala sobre a importância da agricultura familiar, das memórias afetivas relacionadas à Bahia e dos desafios do movimento Slow Food no país. 


Terra Madre Brasil: Qual é a importância de um evento com essa amplitude em tempos de desmonte de políticas públicas voltadas a agricultura familiar?  


Bela Gil: É fundamental para criarmos mais consciência sobre a importância do setor da agricultura familiar para o bem-estar da nossa sociedade, para a valorização da nossa cultura e para a conservação dos recursos naturais. A agricultura familiar vem perdendo apoio federal e isso é um risco profundo para nossa sociedade. Então o Terra Madre Brasil é essencial para voltarmos a atenção a esse trabalho que merece todo o apoio da população e do governo brasileiro.  


Terra Madre Brasil: Poderia comentar sobre a importância do movimento Slow Food no contexto brasileiro? Quais são os desafios do movimento em nosso país? 


O Brasil é um país plural, com populações e regiões bem diferentes em relação à cultura, clima e, infelizmente, classes sociais. Sempre falo que existem muitos Brasis dentro do Brasil e portanto é difícil pensarmos num único público quando falamos de alimentação.  Então acredito que o movimento Slow Food, por valorizar a regionalização, a comida local, a agriCULTURA local, a diversidade e a biodiversidade, pode nos ajudar a entender, respeitar e valorizar essas diferenças. E, quando necessário, jogar luz às desigualdades de classe, aos conflitos de território que estão relacionados à forma pela qual as políticas públicas enxergam a produção e distribuição de alimentos.  


O desafio do Slow Food no Brasil ainda se dá pela cultura alimentar ainda ser muito baseada e influenciada pela mídia, principalmente com propagandas e incentivo de consumo de produtos ultraprocessados. Uma cultura que incentiva e acredita que comida de criança é besteira, porcaritos… enquanto pais que prezam pela alimentação saudável são radicais e abusivos. Precisamos valorizar mais a comida, os produtores, entender que o alimento pode ser remédio pra nossa saúde como também para a sociedade e para o planeta (orgânicos, sem veneno, sem monocultura, que mantém um solo saudável). O Slow Food acredita que comida pode curar diversos males na nossa sociedade e também precisamos acreditar nisso para que o movimento cresça.  


Terra Madre Brasil: Sua paixão pela Bahia é bastante declarada. Qual é a sensação de participar da abertura de um evento com grande influência cultural baiana nesta edição? 


Tenho um tremendo orgulho de ser baiana, amo a minha terra e estou cada vez mais encantada com as descobertas que venho fazendo em relação aos alimentos da biodiversidade baiana. Minha memória de comida afetiva está sempre relacionadas aos dias de praia em Salvador regados à sorvete Capelinha, um final de tarde nas baianas de acarajé e um balde de umbu e seriguela para acompanhar uma sessão de filme na TV. Então poder ter esses sabores como protagonistas de um evento de comida, agricultura e alimentação é um brinde pra minha alma. Acho que será uma boa oportunidade para o brasileiro aprender mais sobre os saberes e sabores de seu próprio país.  


Terra Madre Brasil: Quais atividades você destacaria na programação? 


Acho que a mesa de abertura e encerramento estão imperdíveis com a presença do Carlo Petrini, meu pai Gilberto Gil e o Ailton Krenak. Também tenho muitos amigos e parceiros que irão falar de temas fundamentais também como a Jerá Guarani, Soledad Barruti, Bel Coelho e Rafael Arantes. 


Terra Madre Brasil: Em tempos de pandemia é importante dar continuidade aos diálogos entre agricultores, pesquisadores, cozinheiros, nutricionistas e entusiastas da filosofia do alimento bom, limpo e justo. Quais lições acha que nosso país tem tirado dessa experiência de isolamento social relacionadas a troca de conhecimentos tradicionais, gastronômicos e científicos?  


Acho que a experiência do isolamento social fez com que muitos se aproximassem do cozinhar, dos produtores e do entendimento da qualidade e do impacto da comida na nossa saúde. 


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