A manifestação, organizada pelo Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás, começou a partir das 7h, em frente ao Edifício Torre Pituba (ao lado do Parque da Cidade), em Salvador
O Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás realizou um grande ato de protesto contra a saída da Petrobras da Bahia e a sua privatização, sinalizada pelo governo Bolsonaro. A manifestação contou com a presença de petroleiros - aposentados e da ativa -, parlamentares, representantes de movimentos sociais, sindicais e da juventude, além da população em geral.
Os manifestantes saíram em caminhada do Conjunto Pituba até o Ed. Suarez Trade, onde a Petrobras alugou duas salas para alocar os empregados do administrativo em trabalho presencial.
O Fórum é composto por entidades representativas dos petroleiros: Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo-Bahia (AEPET-BA), Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas da Petrobras da Bahia (ASTAPE-BA) e a Associação Brasileira dos Anistiados Políticos do Sistema Petrobrás (ABRASPET).
*O PPI e a disparada da inflação*
Outro objetivo do ato foi denunciar e protestar contra a política de preços da atual gestão da Petrobras, denominada PPI (preço de paridade de importação) – implementada pelo governo Temer em outubro de 2016 e mantida pelo governo Bolsonaro -, que atrela os valores dos derivados de petróleo no Brasil ao preço do barril de petróleo no mercado internacional e ao dólar e não considera os custos nacionais de produção. O que está levando aos sucessivos aumentos dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP).
A saída defendida pelo Fórum é a mudança da política de preços da atual gestão da estatal. As entidades de petroleiros chamam a atenção para os reflexos dos sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis e gás de cozinha na disparada da inflação no país, que já passou de 10,2% nos últimos 12 meses. Somente neste ano, já são, nas refinarias, 12 aumentos na gasolina, 13 no diesel e 8 no GLP.
De acordo com estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção da Federação Única dos Petroleiros), nos últimos cinco anos (desde a implantação do PPI), a gasolina teve alta de 107,7% nas refinarias, o diesel de 92,1% e o gás de cozinha de 287,9%, sendo que a inflação neste mesmo período medida pelo IPCA /IBGE foi de 25,4%.
Ainda de acordo com o estudo “o mesmo comportamento é verificado nos preços nos postos de revenda: Na gasolina, a alta acumulada em cinco anos é de 74%; no diesel, de 68,2%; e no gás de cozinha, de 84,2%. Enquanto isso, o salário mínimo não teve ganho real. Ao contrário, variou 25%, abaixo da inflação”.
Os dados apresentados pelo Dieese/subseção FUP, foram elaborados com base nas estatísticas oficiais da Petrobras (refinarias) e da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (postos).
*Desmonte*
O Fórum denuncia ainda que caso a saída definitiva da Petrobras da Bahia se concretize, o que está próximo de acontecer, acarretará muitos prejuízos – fuga de renda, perda de receita para os municípios com a redução de royalties e outros impostos e fim dos projetos sociais - para o estado e para a população baiana.
Após desmobilização da sede administrativa da empresa, em Salvador, que funcionava no edifício Torre Pituba, desde a década de 1970, centenas de petroleiros foram deslocados para outros estados e os terceirizados demitidos. Outras unidades como a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-BA) foi arrendada para a Proquigel Química. A atual gestão da Petrobrás também está vendendo a Refinaria Landulpho Alves (primeira da Petrobras e segunda em capacidade de produção), usinas termoelétricas e de biodiesel, além dos seus campos terrestres de petróleo e gás.
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