Pediatra Ludmila Carneiro explica porque a nova fase não precisa ser motivo de preocupação para os pais
A introdução alimentar é uma das principais fases de desenvolvimento do bebê. É nessa etapa que ele começa a desenvolver o paladar e inicia seus próprios hábitos alimentares, sendo fundamental para que, no futuro, o pequeno desenvolva uma alimentação mais equilibrada e saudável. Por onde começar talvez seja a primeira pergunta que vem à cabeça dos pais. A resposta é que não existe uma só regra, mas sugestões de caminhos mais fáceis e apropriados, como explica a médica pediatra, Ludmila Carneiro, sócia da clínica CSI.
“O bebê ainda não sabe que aquilo que é oferecido é de comer e mata a fome, portanto não é algo imediato. O leite mata sua fome, e é isso que ele sabe. Então é algo importante deixar as expectativas de lado, respirar fundo e entender que o bebê terá o contato com os primeiros alimentos, e pode não ser da forma que os pais esperam”, explica.
Quando dar início à introdução alimentar?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a introdução de alimentos na dieta do bebê deve acontecer somente a partir dos seis meses, pois o leite materno, ou a fórmula infantil, fornecem todos os nutrientes que o bebê precisa até esta idade. Até o primeiro ano de vida, o aleitamento materno continuará sendo a principal fonte de energia e de nutrientes, e isso traz a tranquilidade necessária para curtir as primeiras experiências do bebê à mesa sem tanta neura.
A partir dos seis meses o bebê tem maior necessidade de nutrientes, como ferro e zinco, e já tem o reflexo de engolir mais desenvolvido e o estômago pronto para receber diferentes alimentos. “A razão pela qual se inicia a introdução alimentar nesta idade está relacionada ao desenvolvimento do bebê, que apresenta o que chamamos de “sinais de prontidão”, que são marcos do seu desenvolvimento que mostram que estão prontos para iniciar a alimentação sólida, como sustentar o pescoço e o tronco, sentar-se sem apoio ou com o apoio em apenas uma região, não ter mais o reflexo de protusão de língua e já mostrar interesse em pegar objetos, pegar as coisas e colocar na boca”, diz Ludmila Carneiro.
Alguns cuidados que podem ajudar neste momento como:
· Olhar e conversar com o bebê durante as refeições;
· Oferecer os alimentos de forma separada no prato;
· Não deixar o bebê sozinho durante a alimentação;
· Estar atento aos sinais de fome, como quando o bebê chora e segura a mão da pessoa que está oferecendo a comida e abre a boca;
· Saber reconhecer quando o bebê está saciado, como virar o rosto ou não abrir mais a boca para receber os alimentos.
Algo muito importante a ser destacado é que o momento da refeição não deve ser apenas mastigar e engolir alimentos, mas também um momento de prazer. Por isso, criar um ambiente e um clima agradável durante esse período, faz com que o bebê se sinta confortável e aproveite este tempo da melhor forma. “Aprender a comer é igual a aprender a mamar e andar. É um marco importante na vida da criança, que precisa de muito carinho e paciência para que ela se adapte bem”, completa a pediatra.
Caso tenha dúvidas ou dificuldades, procure ajuda profissional. Junto com um médico pediatra, os pais podem decidir qual o melhor método para a introdução, fazendo a diferença nesta fase tão especial.
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