Manchas escuras na região das mãos da rainha Elizabeth II em última aparição pública chamaram atenção; especialistas explicam possíveis causas.
Na última aparição pública da rainha Elizabeth II, morta na última quinta-feira (8), chamaram a atenção manchas escuras na região das mãos da monarca. Na ocasião, na terça-feira (6), ela havia se encontrado com a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss.
O detalhe sobre as mãos da rainha ficou ainda mais em evidência após a morte da soberana, cujo causa oficial não foi divulgada.
Causas de manchas no corpo
Manchas no corpo estão associadas a diferentes condições de saúde, incluindo hematomas que consistem no acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos. O problema afeta pessoas de todas as idades e pode acontecer em qualquer parte do corpo. As causas principais são lesões ou trauma, que provocam manchas de diferentes tonalidades como vermelha, azul, roxa ou até mesmo preta.
O médico geriatra Andrey Socolovithc, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, explica que a manifestação de hematomas é comum entre pessoas idosas.
“Lesões arroxeadas são muito comuns na pele da pessoa idosa, isso acontece porque o envelhecimento faz com que a pele fique mais fina e os vasos mais frágeis. Tudo isso provoca o aumento da chance desses vasos se romperem. Muitas vezes, a pessoa não percebe onde esbarrou ou bateu e, ao olhar em alguma parte do corpo, nota essas manchas arroxeadas”, afirma.
Segundo o especialista, os hematomas também podem ser causados por procedimentos como a coleta de amostras para exames laboratoriais e a infusão de medicamentos diretamente na veia. “Durante esses procedimentos há o risco de romper as veias e provocar um extravasamento de sangue na pele”, explica.
O médico afirma que, na maior parte dos casos, os hematomas desaparecem com o tempo. “Mas o idoso deve prestar atenção: quando essas manchas são extensas ou associadas a outro sinal de sangramento, ele deve procurar um atendimento médico o mais rápido possível”, diz.
Diagnóstico
A médica dermatologista Patrícia Holderbaum, da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção Rio Grande do Sul (SBD-RS), afirma que o diagnóstico correto permite determinar se são manchas inofensivas ou se necessitam de tratamento.
“As manchas senis costumam aparecer depois dos 40 anos nas mãos, braços e pescoço e caracterizam-se pela cor amarronzada, bordas arredondadas e tamanhos variados”, explica. “Algumas doenças sistêmicas e cânceres de pele se comportam como manchas. Daí a importância de tratar suas manchas com um médico dermatologista. Ele fará uma anamnese e exame clínico e dermatoscópico detalhado e saberá se é uma mancha inofensiva ou algo que devemos nos preocupar”, completa.
A médica dermatologista da SBD-RS Carolina Barone explica que hemorragia visível na pele ou na mucosa, causada pelo extravasamento de células vermelhas do sangue de dentro dos vasos sanguíneos, pode provocar manchas conhecidas como “púrpura”.
“Elas não costumam ser palpáveis e, quando pressionadas, não empalidecem. Este fato as diferencia de outras lesões vasculares. Elas servem como um alerta para uma possível doença subjacente que deve ser avaliada pelo dermatologista, pois podem ser uma manifestação de um problema de saúde potencialmente grave”, explica Carolina.
A dermatologista afirma que as lesões se apresentam avermelhadas ou de tonalidade arroxeada. As manchas geralmente são indolores e com tamanho variando de milímetros a centímetros.
“Em relação às causas para sua formação, temos a ruptura de capilares, que são vasos sanguíneos muito finos, por traumatismos ou fragilidade cutânea, esta sendo mais comum em idosos. Quando a causa é plaquetária, pode se dever ao seu número reduzido, como distúrbios da medula óssea ou quimioterapia, ou à função deficitária das mesmas, de maneira secundária a causas genéticas, uso de medicações ou algumas doenças“.
A médica dermatologista Bomi Hong explica que o uso de medicamentos também está associado à formação de manchas. “O uso de antiagregantes e anticoagulantes facilita a formação de hematomas. Assim como a alteração nas plaquetas, como a queda no número de plaquetas, que pode ser decorrente de uso de medicamentos ou da presença de câncer“, explica.
Para os especialistas, porém, apenas os achados clínicos completos permitiriam definir a causa exata da morte da rainha Elizabeth II. “É impossível associar de forma isolada a presença de manchas arroxeadas com qualquer causa de óbito”, afirma Socolovithc.
“É difícil associar o sintoma a possível causa de morte pois essa coloração arroxeada pode ser decorrente a essas inúmeras causas”, diz Bomi.
Fonte CNN
0 comentários :
Postar um comentário