Morte da Rainha Elizabeth: como falar sobre a perda dos avós para as crianças
O psicólogo parental Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, indica as melhores formas de abordar a morte de um parente querido com os pequenos
Na última quinta-feira, 8 de setembro, morreu aos 96 anos a rainha Elizabeth II. A monarca foi a mais longeva da história britânica, completando 70 anos de reinado, e deixou oito netos e doze bisnetos. O falecimento da rainha desperta uma discussão: qual a melhor forma de abordar a morte de um parente querido com as crianças?
Muitas vezes, o luto é considerado um tabu dentro de uma família e não é exposto para as crianças. “A morte é algo natural e superar a dor de uma perda faz parte do desenvolvimento de todo o ser humano. Para os mais pequenos, como os bisnetos da rainha, o processo tende a ser ainda mais complexo, por isso, os pais geralmente têm muitas dúvidas sobre como abordar o tema”, afirma Filipe Colombini, psicólogo especializado em orientação parental e fundador da Equipe AT.
“Quando a questão é mal resolvida entre os adultos, os filhos também podem acabar enfrentando dificuldades para lidar com as emoções e mostrar sentimentos diante do falecimento de um ente querido. Por isso, é importante não se esquivar desse tema com as crianças”, recomenda o psicólogo.
Veja a seguir as dúvidas mais comuns dos pais, esclarecidas pelo especialista:
Quando conversar sobre a morte com seu filho? “Apesar de ser uma conversa importante e necessária, o ideal é que os pais e familiares abordem o assunto à medida em que as questões forem levantadas pelos pequenos. Assim, é possível transmitir o que a criança realmente tem necessidade de saber, evitando sentimentos de ansiedade e medo”, explica Colombini.
Como abordar o assunto? “É importante que no momento da conversa seja levado em conta em qual fase de desenvolvimento seu filho está. Na primeira infância, a abordagem deve ser mais lúdica do que o conteúdo passado para crianças mais velhas, por exemplo”, diz o psicólogo. “Isso é essencial para não alimentar a imaginação dos pequenos com coisas que eles ainda não entendem”, conclui.
Devo levar meu filho a um enterro ou cremação? “O funeral é um rito que marca um término, dando um espaço importante para que alguns sentimentos relacionados ao luto, como tristeza e frustração, possam ser vivenciados. Porém, é importante ressaltar que é essencial respeitar os limites da criança, nunca obrigando seu filho a ir nesse tipo de evento”, afirma Colombini.
Devo procurar ajuda profissional? “Quando acontece a perda de alguém querido, um psicólogo pode auxiliar dando tanto apoio às crianças como orientação para os adultos da família. Esse amparo aos pais também é interessante para que os adultos lidem com o próprio luto e, assim, fiquem mais preparados para oferecer suporte aos seus filhos”, aconselha.
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