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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Dia Nacional da Imunização reforça a necessidade de disseminar informações


 Dia Nacional da Imunização reforça a necessidade de disseminar informações sobre a eficiência das vacinas para aumentar proteção da população


O Dia da Imunização é celebrado anualmente em 9 de junho. Nesta data, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) reforça a importância do calendário vacinal. Diante das informações desencontradas na internet, é fundamental a conscientização da população para a prevenção de doenças, com conteúdo qualificado e acessível. Em pauta, a contraposição às mentiras, disseminação de conhecimento sobre os centros de vacinação, em especial os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries); como reduzir a queda da cobertura vacinal contra HPV e orientação sobre quais vacinas - e quando - pacientes oncológicos/imunodeprimidos devem tomar


Em todo o país, a busca pelas vacinas tem caído e preocupa as autoridades de Saúde.  Afinal, elas são uma das principais medidas para evitar um conjunto de doenças que podem ser graves. No Brasil, o calendário vacinal é definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e prevê a aplicação de doses desde o nascimento até o final da vida. Atualmente são 22 vacinas disponibilizadas para a população em 38 mil salas de vacinação. Além de impactada por mentiras e desinformação, a maioria da população desconhece os centros de vacinação e tem dúvidas, por exemplo, sobre as vacinas que pacientes oncológicos podem tomar. 


Importância das vacinas contra HPV – Os imunizantes contra o HPV (papilomavírus humano) previnem casos de câncer de colo de útero, o que tornam sua importância para a saúde pública inquestionável. A manutenção de altas coberturas vacinais garante a proteção dos cidadãos contra infecções múltiplas, especialmente os mais vulneráveis, como imunossuprimidos ou pacientes oncológicos. O presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Glauco Baiocchi Neto, defende a dose do HPV como ‘vacina do câncer’, “porque protege não só contra o câncer do colo do útero, mas também outros tumores HPV relacionados, inclusive no homem, como tumores no pênis, ânus e garganta (orofaringe)”, pontua.


Essa vacina tem como alvo os tipos de HPV que comumente originam câncer de colo do útero. Também protege contra os tipos de HPV que ocasionam a maioria das verrugas genitais. Estudos mostram que o nível de proteção do imunizante é muito alto, com eficiência de 98%. A vacina é recomendada para meninos e meninas entre os 9 e 14 anos e pode ser administrada durante a visita de controle anual. Essa proteção aumenta se a vacina for administrada antes das primeiras relações sexuais e, portanto, antes da exposição ao vírus.


Como ficam as vacinas para pacientes oncológicos? Os indivíduos com câncer são mais vulneráveis à infecção. Logo, o envolvimento do sistema imunológico evolui ao longo do processo oncológico e deve ser considerado na administração de vacinas a esses pacientes. Ou seja, pacientes oncológicos precisam ser vacinados, mas sob orientação médica, respeitando a condição de cada um. As vacinas vivas atenuadas (tríplice viral, varicela, rotavírus, varíola, febre amarela...), por exemplo, devem ser evitadas durante o tratamento ativo, pois existe o risco de microrganismos atenuados proliferarem excessivamente e causarem danos à pessoa. Glauco Baiocchi Neto explica que a vacina não deve ser aplicada durante a quimioterapia, devido à queda da imunidade. As vacinas que podem ser administradas em pacientes com câncer, mas que não estejam em quimioterapia ou qualquer terapia imunossupressora, incluem alguns subtipos de influenza, hepatite A, hepatite B e HPV. Já o imunizante contra Covid-19 em pacientes com câncer é seguro e reduz o risco de infecção e complicações pelo vírus, embora seja recomendado conversar com o oncologista responsável antes da aplicação.


População desconhece o CRIE - Um serviço importante, mas também desconhecido pela população, é o CRIE. Os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries), foram criados em 1993 e, através deles, o SUS garante acesso a um calendário específico, ampliado e gratuito de vacinação, pois quem tem o sistema imunológico debilitado ou vive com doença crônica está mais vulnerável a infecções e corre maior risco de desenvolver condições graves.


No Brasil, estes centros normalmente se encontram nas capitais e regiões metropolitanas e são constituídos de infraestrutura e logística específicas. Nestes locais, pessoas que vivem com HIV, pacientes em tratamento oncológico, cardiopatas, diabéticos, pneumopatas, entre outros grupos que apresentam doenças crônicas ou fragilidade imunológica, podem se vacinar gratuitamente.


Porém, uma pesquisa intitulada “Pacientes de risco: o conhecimento da população sobre os CRIE e o calendário de vacinação” realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Pfizer apontou que 76% das pessoas entrevistadas garantem nunca ter ouvido falar dos CRIE.  O levantamento inédito foi realizado com 2.000 pessoas, em cinco capitais do Brasil, no 1° semestre de 2021, e revelou o quanto este serviço ainda é desconhecido.


O resultado da pesquisa, no geral, mostrou o seguinte:


- 76% das pessoas entrevistadas garantem nunca ter ouvido falar dos CRIE;


- 68% das pessoas com alguma doença crônica ou com o sistema imunológico debilitado afirmam nunca ter recebido do médico ou do profissional de saúde a orientação para se vacinar;


- 3 em cada 5 brasileiros entrevistados não sabem que pessoas do grupo de risco têm direito ao calendário ampliado de vacinas no sistema público de saúde.


Entre as vacinas disponíveis no CRIE estão:


-Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP);


-Vacina contra Influenza, inativada (FLU) – “Gripe”;


-Vacina Meningococo Conjugada ACWY;


-Vacina contra Varicela (VZ) e Imunoglobulina Humana AntivaricelaZoster (IGHAVZ);


-Vacina contra Pneumococo conjugada 13 valente;


-Vacina contra Hepatite A (HA);


-Vacina contra Hepatite B (HB) – esquemas especiais;


-Vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis acelular adulto (dTpa);


-Vacina Meningococo Conjugada C;


-Vacinas contra Pneumococo Conjugada 10 valente e Polissacarídica 23 valente;


-Vacina contra Haemophilus influenzae do tipo b (Hib);


-Vacina HPV4;


-Vacina Hexa acelular (DTPa/Hib/VIP/Hep B), Penta acelular (DTPa/Hib/VIP), e/ou Tríplice Acelular (DTPa) em menores 7 anos idade.


Logo, os pacientes imunodeprimidos que não encontram espaços do CRIE em sua cidade devem procurar a Unidade Básica de Saúde a fim de garantir sua proteção e aumentar a cobertura vacinal que, infelizmente, apresenta redução.


Queda da cobertura vacinal - Recentemente, em abril, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, convocou os países a intensificarem urgentemente os programas de vacinação, já que o risco de surtos de doenças nas Américas atinge o nível mais alto em 30 anos devido à queda na cobertura vacinal. Ainda, uma pesquisa divulgada em maio, chamada “Hesitação vacinal: por que estamos recuando em conquistas tão importantes?”, iniciativa em parceria da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Instituto Questão de Ciência (IQC), ouviu cerca de mil pediatras brasileiros no intuito de descobrir as dúvidas mais comuns sobre vacinação relatadas pelas famílias durante o atendimento. Para 81,29% dos pediatras entrevistados, a vacina contra a Covid-19 é a que tem gerado maior apreensão entre as famílias, seguida pelas doses contra a gripe (6,7%) e a febre amarela (6,09%), doenças mais conhecidas pela população. 


De acordo com o Grupo EVA, deve-se reafirmar a importância da imunização para se proteger de doenças que podem atacar em qualquer fase da vida e se espalhar rapidamente em grupos de pessoas não vacinadas ou não totalmente vacinadas. Assim, é necessário reforçar a atenção primária à saúde para fornecer imunização adequada.  


Referência


Pacientes de risco: o conhecimento da população sobre os CRIE e o calendário de vacinação - https://sbim.org.br/images/files/pesquisa-crie-2021.pdf 


https://jornal.unesp.br/2023/05/18/pediatras-pedem-ajuda-para-reverter-ideias-equivocadas-de-pais-sobre-seguranca-de-vacinas-mostra-levantamento-inedito/ 


Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) – O EVA é uma associação sem fins lucrativos, composta em sua maioria por médicos, que tem como missão o combate ao câncer ginecológico. Seu time, multiprofissional, atua com foco na educação, pesquisa e prevenção, assim como promove apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares.


A idealização e a organização do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos foram iniciadas pela oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, no Hospital do Câncer II do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A primeira reunião ocorreu em 12 de março de 2010 e o nome Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos passou a ser utilizado a partir desta data.


A primeira reunião para nacionalização do grupo ocorreu no Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2013, na cidade de Brasília. O nome EVA foi resultado de uma reunião neste evento e foi sugerido pela oncologista clínica, coordenadora da área de apoio ao paciente (advocacy) do grupo, Andréa Paiva Gadelha Guimarães. O ginecologista oncológico Glauco Baiocchi Neto é o diretor-presidente do EVA na gestão 2023-2024.

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