As tradicionais celebrações juninas já acontecem por todo a Bahia. Em meio as comidas típicas, musicalidade e elementos característicos dos festejos, outra tradição se destaca: os fogos de artifícios, rojões, entre outros. Entretanto, a combinação desses artefatos explosivos, fogueiras e o consumo de álcool merece atenção para evitar acidentes e queimaduras.
Dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) apontam que nos últimos 10 anos, o mês de junho já chegou a concentrar 68,38% de todos os atendimentos por explosão com bomba na unidade referência nos cuidados com ferimentos provocados por explosões e queimaduras da rede estadual. Foram 166 atendimentos em todo o ano, sendo 105 só em junho.
Já o número de atendimentos de queimados referente aos últimos 10 anos no mesmo centro especializado, no mês em questão, também é acima da média anual. As exceções são apenas os anos em que não houve festas juninas públicas, por conta da pandemia: 2020 e 2021.
Os números revelam a importância de ter cautela ao celebrar o São João e outros festejos juninos para reduzir os casos de acidentes que aumentam durante a época. O médico intensivista e cardiologista Bruno Andrade, professor do Centro Universitário UniFG, instituição pertencente ao Ecossistema Ânima Educação, destaca os riscos que envolvem as queimaduras e as medidas que precisam ser tomadas imediatamente após acidentes.
De acordo com o intensivista, as queimaduras podem causar desde simples cicatrizes superficiais até reduções teciduais importantes, com perda funcional do membro afetado. “A intensidade da sequela vai depender de alguns fatores como por exemplo a extensão da área afetada, o grau de acometimento dos tecidos, e se a abordagem terapêutica foi realizada de forma adequada”, explica.
O professor da UniFG ressalta o tratamento inicial e as medidas que devem ser tomadas imediatamente após acidentes que resultem em queimaduras. No que se refere a queimaduras leves, por qualquer que seja o meio, o médico aponta que a área afetada deve ser lavada com água corrente fria, com jato suave, por cerca de 10 minutos. “Também é indicado a colocação de compressas úmidas e frias. Não se deve tentar remover sujeira ou eventuais corpos estranhos aderidos a superfície queimada. Além disso, nenhum produto caseiro deve ser colocado sobre a área afetada, como por exemplo, manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância”, aconselha.
Já em caso de queimaduras mais graves e extensas, a vítima deve ser levada com urgência ao serviço médico mais próximo. “As medidas iniciais são mais efetivas quando iniciadas precocemente”, alerta Andrade.
Tratamento
Segundo elucida o médico, o tratamento das queimaduras envolve desde medidas gerais, como limpeza adequada, analgesia, necessidade ou não de antibióticoterapia, administração de vacina antitetânica (reforço), prevenção de eventos tromboembólicos e de lesões agudas da mucosa gástrica, realização de curativos que podem ser expostos ou oclusivos, até a necessidade de procedimentos cirúrgicos.
“Faz parte do atendimento inicial à vítima de queimadura o protocolo ABCDE do trauma, com avaliação de vias aéreas, respiração, circulação, avaliação do nível de consciência e exposição. Outro aspecto importante da abordagem à vítima grave de queimadura é a ressuscitação volêmica adequada, que requer uma estimativa da superfície corporal afetada pela queimadura”, finaliza o professor.
Fonte UniFG
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