Tradição Junina acende o alerta contra os riscos de queimaduras

 Tradição Junina acende o alerta contra os riscos de acidentes por queimaduras

Nos últimos 10 anos, o mês de junho já chegou a concentrar 68,38% de todos os atendimentos por explosão de bomba, aponta Sesab.

Crédito: Divulgação

Os preparativos para as tradicionais festas juninas já começaram. Em meio as comidas típicas, musicalidade e ornamentação característica do festejo, outra tradição se destaca: os fogos de artifícios, rojões entre outros. Entretanto, a combinação desses artefatos explosivos, fogueiras e o consumo excessivo de álcool merece atenção para evitar acidentes provocados por explosões e queimaduras.

Dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) apontam que nos últimos 10 anos, o mês de junho já chegou a concentrar 68,38% de todos os atendimentos por explosão com bomba na unidade referência nos cuidados com ferimentos provocados por explosões e queimaduras da rede estadual. Foram 166 atendimentos em todo o ano, sendo 105
só em junho. Já o número de atendimentos de queimados referente aos últimos 10 anos no mesmo centro especializado, no mês em questão, também é acima da média anual. As exceções são apenas os anos em que não houve festa junina pública, por conta da pandemia: 2020 e 2021.

Os números revelam a importância de ter cautela ao celebrar os festejos juninos para reduzir os casos de acidentes que aumentam durante a época. O médico Carlos Briglia, atual coordenador de cirurgia plástica do Mater Dei Salvador e que atua na especialidade há mais de 26 anos, destaca a importância de redobrar os cuidados, principalmente na junção de bebidas alcoólicas e fogos.

“Durante esse período existe uma maior concentração de fogueiras e pessoas consumindo bebidas alcoólicas próximo a elas, isso aumenta os riscos de acidente, principalmente nas festas do interior. Na maioria das vezes, são acidentes que ocorrem por algum tipo de negligência no manuseio de fogos que podem ocasionar mutilações por explosão, há também situações de descuido ao estarem próximo às fogueiras podendo levar a graves queimaduras”, destacou Briglia.

Tratamento inicial

No caso da queimadura, lesão cutânea causada por algum agente externo, como a combustão de pólvora dos fogos de artifícios. O trauma pode ser superficial, quando atinge apenas a pele, ou profunda, quando ocorrem lesões nos músculos e ossos. Em casos de acidentes com queimaduras, o médico orienta a lavar a lesão com água corrente fria, sem jatos fortes e cobrir o local com um curativo ou pano limpo e procurar um atendimento médico imediatamente.

“O tratamento inicial deve ser apenas a limpeza e proteção do ferimento, compressas frias e úmidas também podem ajudar. Qualquer outro tipo de tratamento fora de uma unidade de atendimento, principalmente os caseiros, pode dificultar a recuperação e até aprofundar uma queimadura que seria de fácil cicatrização”, alertou o especialista.

Atendimento Especializado 

Em casos de queimaduras a partir do terceiro grau, atingindo proporções mais profundas da pele, o paciente deve ser levado imediatamente para um hospital. Este tipo de ferimento atinge todas as camadas da pele e pode atingir gordura, músculos e ossos, apresenta aspecto esbranquiçado. De acordo com sua localização, extensão e profundidade, as queimaduras podem ser tratadas ambulatoriamente ou necessitar de internação hospitalar. 

“Nossa equipe especializada estará disponível para atender a todos em caso de emergências durante o São João, para oferecer um atendimento com agilidade e excelência no pronto-socorro e em casos que houver necessidade de intervenção cirúrgica”, acrescentou o cirurgião do Hospital Mater Dei Salvador.