A psicóloga Monique Stony explica como a presença ativa do pai tem reflexos no desenvolvimento da autoestima e confiança
No mês em que se comemora o Dia dos Pais, é essencial tratar da importância da paternidade na vida de uma criança. De acordo com Monique Stony, psicóloga, executiva de Recursos Humanos e autora do livro “Vença a Síndrome do Degrau Quebrado”, lançado recentemente pela Editora Gente, a paternidade tem papel importante na construção de uma base segura para que a criança consiga se desenvolver fisicamente, emocionalmente e psicologicamente. “Não estou falando de qualquer paternidade, mas, sim, de uma paternidade responsiva, de um pai que entende seu papel no desenvolvimento da criança”, explica.
De acordo com Monique, os pais precisam entender que são co-responsáveis pelos filhos, o que significa assumir a divisão de tarefas na responsabilidade de cuidados com eles. Ou seja, apesar de um legado histórico em que a mulher era vista como cuidadora, os tempos atuais, segundo a psicóloga, exigem pais mais proativos. “É importante que o homem ocupe seu espaço e entenda sua co-responsabilidade. Com isso, ele precisa aprender a colocar limites no seu trabalho também, seja para participar de uma reunião na escola do filho ou cuidar do filho doente. E ao chegar em casa, um pai com responsabilidade afetiva sente-se no dever de buscar atividades para fazer com as crianças e passar tempo de qualidade com elas. Pode ser um dever de casa, fazer um esporte juntos, ver um filme”, sugere.
Para Monique, é preciso entender que o pai serve de referência de comportamento de um adulto homem, seja para filhas ou filhos. “Quando falamos da menina, o relacionamento dela com o pai é uma referência de como pode ser tratada por um homem, o que pode esperar dele, e isso pode refletir na sua autoestima e autoconfiança. E o menino terá uma referência de como se comportar no futuro, reagir frente a desafios, se portar frente a demonstrações de emoção, ou seja, como enfrentar a vida”, avalia.
Apesar de não existirem muitos estudos sobre as consequências da ausência ou negligência paterna no desenvolvimento das crianças, a especialista afirma que há muitas observações empíricas. “O que é mais observado é o impacto na autoestima, na autoconfiança e no autovalor dessa criança. Isso é muito sério. Há um impacto também na representação da figura masculina”, alerta.
E com relação ao divórcio? Será que isso traz consequências para as crianças? Para a psicóloga, na sociedade atual, é mais importante ter pais co-responsáveis e com responsabilidade afetiva, ainda que separados, do que pais casados e vivendo em constante conflito ou em um modelo em que o pai é ausente apesar de habitar o mesmo teto, pensando ser apenas responsável por trabalhar e colocar dinheiro em casa. “O mais importante é que os pais entendam seu papel e assumam responsabilidade afetiva, mesmo que não estejam juntos. Dessa forma, não pesará tanto para um dos lados e, para as crianças, haverá a certeza de saber que podem contar com cada um dos dois”, conclui.
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