Veja quando o refluxo é considerado uma doença e como é possível combatê-la
Em 25% dos casos ele não é um quadro normal e se não for tratado adequadamente, pode levar a complicações sérias
Depois de uma alimentação recheada de itens gordurosos, refrigerantes, chocolate, pimenta, café e/ou bebidas alcoólicas ou quando a pessoa se deita após uma refeição muito pesada, é normal sentirmos aquela sensação de gosto amargo na boca e queimação, a famosa azia. Esses sintomas, acrescidos a tosse seca, dor torácica e, em casos mais graves, doenças pulmonares, como pneumonia, são causados por parte do retorno do ácido estomacal para o esôfago, um quadro que também é comum nos obesos ou gestantes, pois há um excesso de pressão no abdômen.
Mas, tem gente que pode evitar todas essas situações e mesmo assim sofre com o refluxo. Nesses casos se caracteriza a chamada doença do refluxo gastroesofágico. Ela pode ser provocada pela presença de hérnia de hiato, condição na qual parte de órgãos abdominais, em especial o estômago, atravessa para o tórax através de um orifício localizado no diafragma chamado de hiato, por onde passa o esôfago. Outro quadro possível é quando uma válvula que fica entre o esôfago e o estômago, chamado de esfíncter esofágico inferior, que tem a missão de evitar a volta do conteúdo estomacal para o esôfago, não funciona como deveria.
Além de mudanças na alimentação e no estilo de vida, os médicos costumam indicar medicamentos para combater o quadro. Entretanto, em alguns casos podem ser utilizadas outros tipos de tratamento. “Em 2019 trouxemos para o país um procedimento chamado Stretta que é feito por via endoscópica e utiliza radiofrequência não ablativa para tratar o reforçar o tecido muscular que é ligado ao esôfago, oferecendo 80% de melhora”, conta o cirurgião do aparelho digestivo Eduardo Grecco, coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC-São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).
Em 2021, a equipe da qual Grecco participa fez o primeiro caso na América Latina de uma nova técnica que utiliza um dispositivo chamado EsophyX para realizar a Fundoplicatura Transoral sem incisão (TIF) para combater a doença do refluxo, quadro que atinge cerca de 50 milhões de brasileiros. “Ele também é feito através de endoscopia e implanta o dispositivo no esfíncter, aumentando seu tônus, oferecendo melhora superior a 90%”, conta.
Se não for tratado da maneira adequada, em longo prazo o refluxo compromete a qualidade de vida do indivíduo, pois pode prejudicar o sono, ocasionar lesões sérias no esôfago e úlceras, agravar doenças como bronquite e pneumonia e até mesmo levar a câncer de esôfago. O mais indicado é sempre conversar com seu médico para que ele avalie o quadro individualmente e indique a melhor forma de combater o problema no seu caso.
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