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sábado, 2 de novembro de 2024

Aumento de tarifa de importação de pneus de passeio

 

Aumento de tarifa de importação de pneus de passeio vai piorar segurança no trânsito, diz estudo


Levantamento aponta redução da demanda em até 8% devido aumento de preços


A decisão da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) em aumentar a tarifa de importação de pneus de passeio de 16% para 25% vai reduzir a demanda pelo produto em até 8%. A avaliação é a de um estudo da Guimarães Consultoria, a pedido da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP).  


O estudo aponta que o aumento dos preços vai reduzir o consumo do produto no país, aumentando a insegurança no trânsito. A CAMEX decidiu aumentar a tarifa de importação de pneus de passeio este mês após um pedido da ANIP, associação que representa as empresas que produzem pneus no Brasil. A entidade alega concorrência desleal com os importados. 


Os importadores afirmam que a medida tem o objetivo de monopolizar o mercado para seis empresas que atuam no país e controlar os preços de mercado. Após o anúncio do aumento da tarifa, empresas nacionais já anunciaram reajuste no preço de pneus de passeio de cerca de 10%.


O aumento da tarifa de importação entrou em vigor este mês. A ANIP também pedia aumento sobre a tarifa de importação dos pneus de caminhões. Mas após uma ameaça de greve de caminhoneiros e o receio do governo com o impacto do aumento do frete na inflação, a CAMEX decidiu manter a tarifa em 16%. 


Durante audiência na Comissão de Viação e Transporte na Câmara dos Deputados, representantes dos caminhoneiros informaram que a troca constante de pneus só é possível por conta dos preços mais acessíveis dos importados. 


Motoristas de táxi e de aplicativo devem ser os mais prejudicados com a decisão. De acordo com o IBGE, são 1,5 milhão de motoristas de aplicativo e, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, cerca de 600 mil taxistas. 


A ABIDIP lembra também que o aumento da tarifa de importação terá impacto também sobre o aumento do contrabando. De acordo com dados da Receita Federal,na fronteira com o Paraguai, entre 2019 e 2023, o contrabando de pneus cresceu 166%. 


A tendência, com o aumento de preços, é que a prática se agrave. “Quando o valor da tarifa de importação sobre cigarros aumentou, vimos uma explosão nos casos de contrabando. A consequência será a mesma no mercado de pneus”, alerta Ricardo Alípio, presidente da ABIDIP.


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