Kamala vs. Trump: o que saber sobre a política imigratória de cada candidato?
Candidatos apostam em caminhos diferente para o futuro dos imigrantes nos Estados Unidos
A questão imigratória está desempenhando um papel central nas eleições americanas deste ano, marcada para o dia 5 de novembro. As abordagens e promessas de campanha de Donald Trump e Kamala Harris sobre o tema têm gerado impacto significativo na intenção de voto do eleitor.
Em 2023, segundo um levantamento da consultoria imigratória Viva América elaborado a partir de dados do governo dos EUA, mais de 3,3 milhões de imigrantes foram flagrados tentando entrar ilegalmente no país - maior volume da história. Desse total, 37,8 mil eram brasileiros.
Retórica e postura sobre imigração
A forma como cada candidato se posiciona sobre os imigrantes tem sido um ponto de destaque. Donald Trump, durante sua presidência e em sua campanha atual, adotou uma retórica que prioriza a segurança nacional e estigmatiza os imigrantes, embora com críticos associando sua postura à criminalização dos imigrantes em algumas ocasiões.
Kamala Harris, por outro lado, enfatiza o papel dos imigrantes na economia e sociedade, defendendo que eles contribuem para o fortalecimento do país e que é preciso buscar novas formas de integrá-los ao mercado de trabalho.
Segurança de fronteiras
No que diz respeito à segurança das fronteiras, especialmente na divisa EUA-México, Trump é conhecido por sua defesa da construção de um muro, vista por seus apoiadores como uma solução para melhorar a segurança da fronteira. Ele pretende continuar com esse projeto, além de implementar medidas rígidas para controlar a entrada de imigrantes, incluindo o uso de autorizações de emergência para expulsá-los por questões de saúde pública, como foi feito durante a pandemia da COVID-19 com o Título 42.
“Kamala, embora inicialmente tenha se oposto à construção do muro e a outras medidas restritivas de Trump, apoiou algumas ações mais severas de segurança fronteiriça sob o governo Biden”, analisa Rodrigo Costa, CEO da Viva América.
Kamala até votou contra o financiamento do muro no Senado, mas, como vice-presidente, mas em entrevistas recentes tem inclusive evitado mostrar-se contrária à construção do muro para não perder parte do eleitorado menos favorável à imigração.
Deportações de imigrantes indocumentados
Trump planeja, caso eleito, expandir as deportações em larga escala, com base em políticas históricas de controle de imigração. Ele pretende ampliar as remoções rápidas de imigrantes indocumentados e teme-se que ele aplique a lei de maneira massiva para realizar prisões em locais de trabalho e espaços públicos.
Kamala, por sua vez, defende um caminho para a cidadania dos quase 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos EUA, em especial aqueles que já estão há bastante tempo no país.
Green Cards
Durante seu mandato anterior, Trump implementou mais de 400 ações executivas visando a diminuição da imigração legal, com o objetivo de priorizar a segurança e o controle de fronteiras. “Em sua campanha atual, porém, defendeu a concessão de green cards a estrangeiros que se formam em universidades americanas, até por saber que a economia do país, que enfrenta uma forte escassez de mão de obra, depende dos imigrantes qualificados”, analisa Costa.
Já Kamala e o Partido Democrata defendem mecanismos para a redução do tempo na emissão de green cards, que em alguns casos pode chegar a anos, reaproveitando vistos não utilizados em anos anteriores. Ela também apoia o aumento no limite anual de green cards que pode ser emitido. “Essas medidas, porém, dependem da ação do Congresso, que também será escolhido na eleição de novembro”, afirma o CEO da Viva América.
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