Cuidados com a saúde ortopédica devem ser iniciados na infância

Apesar de problemas ortopédicos em adultos e idosos serem mais comuns do que em crianças, o cuidado com a saúde não deve ter início apenas nessa fase da vida

O cantor Zé Felipe enfrentou uma enxurrada de críticas nas redes sociais após cancelar uma consulta ortopédica para sua filha, Maria Alice, de 3 anos. A influenciadora digital Virginia Fonseca, mãe da criança, havia marcado a consulta para monitorar o desenvolvimento locomotor de Maria Alice. No entanto, Zé Felipe decidiu cancelar, acreditando que a filha não apresenta problemas de mobilidade. A decisão gerou preocupação entre internautas, que expressaram receios quanto à possibilidade de problemas ortopédicos futuros na criança.

De acordo com o ortopedista pediátrico, Dr. Walter Guimarães Cova Neto, da Clínica CICV, a consulta com um especialista pode ajudar a prevenir lesões e desconfortos posturais futuros, já que algumas alterações podem ser tratadas ainda na infância. “O ortopedista pediátrico pode acompanhar a criança desde o pré-natal, orientando os pais caso haja alguma alteração musculoesquelética diagnosticada nas ultrassonografias. Patologias identificadas no útero podem ser acompanhadas e tratadas após o nascimento, o que facilita a prevenção de problemas futuros”, afirma o especialista.

O acompanhamento regular com um ortopedista pediátrico permite diagnosticar e tratar doenças comuns na infância, fase em que os ossos e músculos ainda estão em formação. Entre os problemas ortopédicos mais frequentes estão:

Pé chato: Arco do pé pouco desenvolvido, comum até os 6 anos. Em casos específicos, pode demandar cirurgia para prevenir condições como fascite plantar e alterações na marcha.

Pé cavo: Curvatura excessiva no arco do pé. Apesar de menos comum, o pé cavo também exige avaliação para evitar sobrecargas e futuras dores.

Joelho varo (pernas arqueadas): Comum em bebês, geralmente corrige-se naturalmente. Contudo, pode sinalizar condições mais graves, como raquitismo.

Marcha na ponta dos pés: Característica até os 2 anos. Após os 3 anos, o comportamento persistente pode indicar condições como Autismo e requer intervenção.

Joelho valgo (pernas em X): Comum na infância, tende a melhorar com o tempo, mas, em casos acentuados, pode requerer tratamento.

A observação dos pais e o acompanhamento de especialistas são fundamentais para garantir o desenvolvimento saudável das crianças e prevenir problemas ortopédicos que possam impactar sua qualidade de vida na adolescência e na fase adulta.