Translate

Entrevista

Entrevista
O poder da mulher nordestina: "Luciene, a Artesã de Irará"

INSTAGRAM

INSTAGRAM
@salvadornoticiasofc
Seja bem-vindo. Hoje é

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Espécie invasora de coral na Ilha de Itaparica

 


Sema e Inema provem encontro para discutir plano de ação para mitigar espécie invasora de coral na Ilha de Itaparica


A Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) promoveram nesta sexta-feira (06) um encontro para discutir estratégias de manejo e mitigação da presença do Chromonephthea braziliensis, um octocoral invasor identificado pela primeira vez na Baía de Todos os Santos (BTS) em outubro de 2023, cuja presença representa uma ameaça à biodiversidade marinha local. Estavam reunidos de forma virtual pesquisadores, gestores ambientais e representantes de instituições como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Organização Socioambientalista Pró-Mar.


O superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto, ressaltou a necessidade de agir rapidamente, mas com os cuidados legais necessários. “Precisamos agir rapidamente, mas com os cuidados necessários para cumprir a legislação e garantir que a ação de remoção seja respaldada pela ciência. A invasão do octocoral ainda está numa fase inicial, e uma resposta rápida é a melhor estratégia para esse enfrentamento,” destacou Porto.


Ele também enfatizou a importância de tratar essa ação como parte de um plano mais amplo para lidar com espécies invasoras. “É crucial identificar as fontes e vetores das bioinvasões, para que não apenas removamos as espécies, mas também consigamos estancar a entrada desses bioinvasores. O foco no octocoral é essencial, mas também precisamos enfrentar outras espécies como o coral azul e o coral-sol,” completou o superintendente.


A espécie invasora foi identificada pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro e vem sendo objeto de estudo entre pesquisadores e gestores ambientais devido ao seu alto potencial de competição com espécies nativas e ao impacto significativo que pode causar no ecossistema marinho da região e da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos. A espécie, originária do Indo-Pacífico, foi detectada na Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos, e, segundo especialistas, pode ter chegado ao Brasil por meio de plataformas de petróleo. O C. braziliensis tem alta capacidade reprodutiva e se espalha rapidamente, ocupando substratos naturais e artificiais e competindo diretamente com corais nativos. Esse comportamento pode provocar sérios desequilíbrios ecológicos.


Adriany Carvalho, coordenadora de Fauna e Aquicultura (COFAQ) do Inema, reforçou a importância de ações imediatas e articuladas. “A discussão sobre o tema é preliminar e busca soluções para algo que pode, em grande medida, se tornar um impacto para o ecossistema da Baía de Todos os Santos. O ponto de partida é exatamente esse, de trazer à mesa esta problemática para que juntos, de forma tecnicamente apropriada, com a celeridade que o tema exige, tomar as decisões práticas para evitar que essa espécie invasora se torne um impeditivo para a manutenção do equilíbrio ecossistêmico e venha, também, a prejudicar as atividades econômicas de pescadoras e pescadores na região,” pontuou.


Já o professor Ricardo Miranda, do Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno da UFAL, reforçou a necessidade de monitoramento contínuo após as ações de controle. “Um detalhe importante é continuar o monitoramento após essas ações para testar se elas estão sendo realmente efetivas. Precisamos lidar com críticas sobre esses métodos e demonstrar resultados sólidos. Há pesquisadores que se opõem a essas ações, como já vimos no caso do coral-sol na Baía de Todos os Santos, onde essas discordâncias dificultaram avanços,” explicou Miranda.


O manejo da espécie é desafiador, uma vez que a remoção direta do coral pode resultar na liberação de esporos, facilitando sua dispersão ao invés de controlá-la, o que aumenta a complexidade do manejo adequado. O aspecto foi um dos focos do encontro, que discutiu os melhores métodos de remoção e monitoramento contínuo, garantindo que a ação seja eficaz e segura para o ecossistema.


O grupo de especialistas continua a trabalhar para definir os procedimentos e garantir que a remoção seja realizada de forma eficaz e dentro dos parâmetros legais, para isso um novo encontro foi marcado para a próxima semana. Os próximos passos envolvem a definição de uma metodologia para a remoção do octocoral, que será analisada pelos órgãos ambientais federal e estadual, considerando as licenças e autorizações necessárias, especialmente por se tratar de uma área dentro de uma unidade de conservação, a APA Baía de Todos os Santos.

0 comentários :

 

Solenidades

Gastronomia

Eventos

Teatro

SALVADOR NOTÍCIAS
©Todos os direitos reservados desde 2000-2025 / Salvador - Bahia / . Contato: redacao@salvadornoticias.com
- Topo ↑