Lavagem do Bonfim celebra 271 anos como elo entre espiritualidade e tradição do povo baiano
Ao completar 271 anos em 2025, a Lavagem do Bonfim, realizada no mês de janeiro, vai além de uma festa – é um elo vibrante entre espiritualidade e tradição que atrai devotos, turistas e amantes da cultura para uma jornada única e festiva em Salvador. O cortejo, iniciado na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, em direção à Basílica Santuário Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada, ganha vida com a presença marcante das baianas, carregando potes de água perfumada, e os fiéis, todos vestidos de branco, formando um verdadeiro tapete na Cidade Baixa.
Com uma caminhada de cerca de oito quilômetros, a celebração se torna um espetáculo de cores, ritmos e tradições, enriquecido por grupos de capoeira, blocos afro e baianas com trajes típicos. Um cenário que evidencia a comunhão entre o sagrado, através do sincretismo entre as religiões católica e de matriz africana, e o profano, com as barracas de comes e bebes e a música e dança no entorno do cortejo.
O aroma de alfazema se mistura aos atabaques e cânticos, criando uma atmosfera que transcende o ritual de lavar as escadarias da Igreja do Bonfim, em agradecimento pelas graças alcançadas e renovação de pedidos para o ano que se inicia.
As origens da festa remontam ao século XVIII, com a chegada da imagem de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim à primeira capital do Brasil, em 1745, trazida de Lisboa (POR) pelo capitão de mar-e-guerra português Theodósio de Lima. A primeira procissão ocorreu em 1754 e teve a presença de grande parte da população da cidade. Com o tempo, adeptos das religiões de matriz africana também passaram a participar da procissão ao lado dos católicos, para saudar Oxalá.
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