Estado de saúde do papa Francisco é ‘mais preocupante’ após transfusão de sangue e aplicação de oxigênio
O papa Francisco, em estado crítico com pneumonia nos dois pulmões, passou uma noite "tranquila", garantiu o Vaticano na manhã de domingo (23), após divulgação de notícias preocupantes sobre seu estado de saúde. Exames revelaram baixa contagem de plaquetas no sangue e o religioso teve “um ataque asmático prolongado”, segundo os boletins médicos mais recentes. Fiéis, freiras e padres do mundo inteiro fizeram orações, no sábado (22), em frente à entrada do hospital Gemelli.
O pontífice argentino de 88 anos, cujo diagnóstico médico foi "reservado" na noite de sábado, "passou uma noite tranquila e descansada" no Hospital Gemelli, em Roma, anunciou a Santa Sé em seu canal no Telegram. Ao contrário de seus hábitos, ele não tomou café da manhã nem leu os jornais na manhã de domingo, segundo fontes do Vaticano.
O chefe da Igreja Católica está hospitalizado desde 14 de fevereiro com pneumonia em ambos os pulmões e seu estado de saúde se agravou no sábado com "um ataque asmático prolongado que exigiu a aplicação de oxigênio de alto fluxo", de acordo com o último boletim de saúde.
Os médicos revelaram ainda que exames de sangue realizados mostraram baixa contagem de plaquetas no sangue (trombocitopenia), associada a um quadro de anemia, o que exigiu a administração de uma transfusão de sangue. "O prognóstico é atualmente reservado", disse o Vaticano nesta declaração, que foi extraordinariamente séria.
Ainda na tarde de sexta-feira, os médicos que tratavam do papa alertaram sobre a fragilidade da situação. "O papa está fora de perigo? Não, o papa não está fora de perigo", disse o professor Sergio Alfieri durante uma coletiva de imprensa no Hospital Gemelli.
"O risco real nesses casos é que os germes passem para a corrente sanguínea", causando sepse potencialmente fatal, explicou ele.
Próximos dias "decisivos"
"A situação se tornou mais preocupante", disse o virologista Fabrizio Pregliasco, citado pelo jornal La Stampa no domingo. "A idade do Santo Padre, assim como seu histórico de saúde, como bronquite asmática, podem ter complicado as coisas, e não só um pouco", explica.
"Devemos esperar que a terapia antibiótica funcione para evitar o risco de septicemia (...) que pode ter um desfecho fatal. O papa certamente está em boas mãos, mas as próximas horas e dias serão decisivos", acredita o especialista.
RFI
Foto Alessandra Tarantino / AP
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