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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Pesquisador brasileiro em IA explica por que DeepSeek impressionou

 

Pesquisador brasileiro em IA explica por que DeepSeek impressionou: 'Fizeram de forma totalmente diferente da maioria das empresas de tecnologia'


O chatbot de inteligência artificial chinês DeepSeek-R1 foi lançado discretamente em 20 de janeiro de 2025.


Dois dias depois, a equipe por trás da plataforma publicou um relatório técnico de 22 páginas em que avaliava seu desempenho e a colocava no mesmo patamar dos rivais americanos ChatGPT, da OpenAI, e Claude, da Anthropic.


O mundo da tecnologia reagiu inicialmente com ceticismo: quem garantia que o que estava escrito ali era verdade e que não se tratava de mera propaganda do governo chinês?


Esse momento foi breve. À medida que os especialistas foram testando o modelo e entendendo como tinha sido construído, perceberam que de fato rivalizava com os das big techs americanas — e embaralhava a disputa entre EUA e China pelo posto de superpotência da tecnologia.


Depois vieram os questionamentos, de que os US$ 5,5 milhões que a empresa afirma ter investido para treinar o modelo eram subestimados, de que o número de chips usados no projeto era maior do que os dois mil divulgados pela companhia.


Na quinta-feira (29/1), a OpenAI alegou que a DeepSeek usou dados do ChatGPT para treinar seu chatbot, sem dar mais detalhes sobre o caso.




Também repercutiu a autocensura da plataforma, que desconversa e dá respostas como "Desculpe, isso está além do meu escopo atual. Vamos falar de outra coisa" quando questionada sobre temas considerados controversos do ponto de vista da ideologia Partido Comunista Chinês — "O que foi o massacre da Praça Celestial?", por exemplo.


Mas, para além da alta tensão na arena dos negócios e da geopolítica, a inovação em si trazida pela plataforma impressionou a comunidade científica, ressalta o pesquisador brasileiro Cleber Zanchettin.


Apesar de ter sido comparado ao ChatGPT do ponto de vista da experiência do usuário, por trás das cortinas o DeepSeek é bem distinto do concorrente americano.


"A forma como eles fizeram foi totalmente diferente da maioria das empresas de tecnologia", diz o professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn-UFPE), montado na década de 1980 e hoje um dos líderes em pesquisa em inteligência artificial na América Latina.


Em entrevista à BBC News Brasil, o especialista mergulhou em quatro características que explicam porque o DeepSeek impressionou.

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