Nutricionista indica os cuidados para eliminar microrganismos causadores de doenças
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Na internet, é comum encontrar receitas caseiras com detergente, bicarbonato ou vinagre para higienizar frutas, verduras e legumes, mas esses produtos não eliminam vírus e bactérias de forma eficaz. Essa prática pode gerar uma falsa sensação de segurança e expor ao risco de mais de 250 tipos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs), como salmonelose, toxoplasmose e amebíase.
Nutricionista e professora do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Mirela Carvalho afirma que uma técnica simples garante a higienização segura dos alimentos frescos: deixá-los de molho por 15 minutos em água com hipoclorito de sódio ou água sanitária própria para esse fim (sem aditivos como fragrância). A proporção correta é de uma colher de sopa do produto para cada litro de água. Após a imersão, basta escorrer e enxaguar em água tratada.
Ela também alerta que o uso de sabão ou detergente não é indicado, já que esses produtos podem penetrar na superfície dos alimentos, especialmente os de casca fina e folhas, e deixar resíduos. A professora ainda recomenda: “observe se cascas e embalagens estão íntegras e garanta que o ambiente de preparo esteja limpo, assim como os utensílios, além de manter a higiene das mãos antes e depois de manusear qualquer alimento”.
Cuidados com carnes e ovos
O hábito de lavar carnes (como frango, peixe, carne vermelha e suína) e ovos antes do preparo é comum em muitas casas, mas não é recomendado. Mirela Carvalho explica que lavar carnes sob a torneira pode causar respingos e espalhar bactérias pelo ambiente, aumentando o risco de contaminação.
No caso dos ovos, o ideal é não lavá-los antes de armazenar na geladeira, pois isso pode remover sua barreira natural de proteção, facilitando a entrada de microrganismos pela casca. A higienização deve ser feita apenas no momento do preparo.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lidar com carnes cruas requer algumas medidas:
Manter a carne devidamente refrigerada ou congelada;
Usar diferentes tábuas para cada tipo de alimento. A recomendação é optar por utensílios que não sejam de madeira;
Cozinhar, assar ou fritar em uma temperatura de, no mínimo, 70 ºC;
Higienizar com água e sabão o ambiente de manipulação e os itens de cozinha utilizados no corte.
Riscos à saúde
Náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, falta de apetite e febre integram os sintomas ocasionados pelas doenças transmitidas por alimentos. A maioria delas são causadas por parasitas, bactérias, fungos e vírus encontrados em comidas mal lavadas e cozidas ou que são contaminadas devido ao armazenamento inadequado.
“Os alimentos não higienizados estão expostos a fezes e urina de animais, compostos químicos e microrganismos patogênicos. Com isso, as doenças transmitidas por alimentos provocam desde sintomas leves até casos graves, como o quadro severo de desidratação motivado pela cólera”, finaliza a docente da UNIFACS, cujo curso de Medicina é parte integrante da Inspirali.
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