O que o clima tem a ver com a saúde do seu coração? As mudanças climáticas têm impacto significativo na saúde cardiovascular, especialmente no que diz respeito à hipertensão. Quem explica é a Head de Cardiologia do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, Dra. Paola Smanio. “O calor intenso, as inundações e a poluição do ar podem desencadear ou agravar problemas de saúde cardiovascular, por meio de respostas fisiológicas, como alterações na circulação, desidratação e estresse térmico, que podem abaixar ou elevar os níveis de pressão arterial”.
A médica destaca que o coração precisa “trabalhar mais” para bombear sangue em condições de calor, o que pode agravar problemas cardíacos pré-existentes, como a hipertensão, e aumentar as chances de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. A exposição prolongada ao calor contribui para a vasodilatação (dilatação dos vasos sanguíneos), o que pode reduzir a pressão arterial em alguns casos, levando a desmaios e quadros de tontura e arritmia cardíaca. A alta da temperatura também pode causar aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Calor pede água
Com o calor excessivo, o cuidado com a hidratação precisa ser redobrado, pois a transpiração excessiva pode levar à perda de eletrólitos – o que contribui para a desidratação e para a elevação da pressão arterial. “Quando as pessoas não se hidratam e começam a perder água pelo calor intenso, a viscosidade do sangue aumenta, promovendo aumento da pressão arterial”, alerta a cardiologista.
Idosos e pessoas com doenças cardíacas, respiratórias ou renais devem redobrar os cuidados nos dias quentes, pois estão mais vulneráveis à desidratação, arritmias, hipertensão e eventos cardíacos. Assim, em dias mais quentes, o recomendado é manter a hidratação, evitar a exposição direta ao sol, usar protetor solar e roupas leves, e fazer refeições que exigem menos esforço do organismo durante a digestão.
Evite o pior horário, mas mexa-se
A Dra. Paola ressalta que o sedentarismo também é preocupante, sendo considerado um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, estando associado à obesidade, doenças cardíacas, diabetes, hipertensão arterial e aumento das gorduras sanguíneas.
A dica é fazer atividade física e buscar orientação profissional para saber o que é mais adequado para cada um. Para exercícios ao ar livre e em dias de altas temperaturas, recomenda-se evitar os horários de maior incidência solar e apostar na hidratação.
Quando o problema vem do ar que respiramos
Segundo a médica, substâncias agressivas ao ser humano, tais como ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e alguns metais (arsênio, chumbo, cádmio, mercúrio e cobre, entre outros) promovem a ativação do estresse oxidativo, que leva à inflamação e pode agravar quadros de doença cardiovascular, aterosclerose, hipertensão arterial sistêmica e pulmonar, aumento da vasoconstrição e maior coagulação, além de trombose, síndromes coronárias agudas, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e arritmias.
Em caso de algum sintoma ou mal-estar, é preciso procurar um atendimento médico imediatamente.
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