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sábado, 17 de maio de 2025

Obras de Frans Krajcberg ocupam o Masp em exposição

 
Obras de Frans Krajcberg ocupam o Masp em exposição monográfica com apoio do Ipac

A Flor do mangue, 1970

Acervo: Ipac - Autor desconhecido

Com abertura oficial nesta quinta-feira (15), às 19h, a mostra fica em cartaz até outubro


A exposição 'Frans Krajcberg: reencontrar a árvore' ocupa, de 16 de maio a 19 de outubro (para o público em geral), o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand  - MASP , com apoio cultural do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultual da Bahia (Ipac), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). O diretor do Ipac, Marcelo Lemos, participa da abertura oficial do evento nesta quinta-feira (15), às 19h.


A mostra reúne mais de 50 obras - entre esculturas, relevos, gravuras e pinturas - do artista polonês, naturalizado brasileiro. São obras de grandes dimensões e formatos que desafiam o convencional, refletindo tanto o apreço do artista pela natureza brasileira quanto seu engajamento crescente com a denúncia das agressões ao meio ambiente.


Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e Laura Cosendey, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta um panorama abrangente da produção de Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1921–2017, Rio de Janeiro, Brasil). Pioneiro na integração entre arte e ecologia, o artista se destacou por evidenciar questões ambientais no Brasil. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu pesquisas artísticas ramificadas em eixos temáticos, como samambaias, florações, relevos e sombras. Essas investigações culminaram em obras criadas a partir de cipós, raízes, resquícios de troncos e madeira calcinada, além de pigmentos naturais, com os quais ele compõe o corpo de sua obra.


Krajcberg rompeu com a tradição escultórica ao empregar elementos orgânicos e estruturas naturais como matéria-prima e suporte, desafiando os limites entre representação e figuração, além de fundir os campos da pintura, escultura e gravura. A flor do mangue, circa 1970, composta por madeira residual de árvores de manguezal e pigmentada com piche, reflete essa abordagem. Com sua grande escala e forma retorcida, a obra sensibiliza o observador para a vulnerabilidade e a resistência do ecossistema dos manguezais.


“De certa forma, a escultura é a própria árvore, ainda que resultante da justaposição de diferentes elementos naturais. A arte, para Krajcberg, precisa sair dos limites da moldura e reencontrar a natureza. Ele se afasta progressivamente da ideia de representar o mundo natural para incorporá-lo como corpo da obra. O caráter de denúncia emerge como um desdobramento natural desse processo, conforme Krajcberg percebia o potencial da arte de sensibilizar e comunicar sua luta ambiental”, comenta Laura Cosendey.


Em 1978, durante uma expedição pela Amazônia, Frans Krajcberg experiencia o que chamou de “choque amazônico” diante da exuberância da floresta equatorial. Anos depois, uma nova viagem — desta vez ao Mato Grosso — expõe o artista à devastação provocada pelas queimadas, marcando uma virada em sua trajetória, em que a natureza, além de ser inspiração, se torna causa a ser defendida. A expressão “reencontrar a árvore”, presente em suas reflexões, resume esse retorno da arte à natureza como fonte de criação e consciência ecológica.


'Frans Krajcberg: reencontrar a árvore' integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Abel Rodríguez, Claude Monet, Clarissa Tossin, Hulda Guzmán, Minerva Cuevas, Mulheres Atingidas por Barragens e a grande coletiva Histórias da ecologia.


Sobre o artista


Naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg (1921–2017) nasceu na Polônia e, por ser de origem judaica, perdeu toda a sua família durante o Holocausto. Nos anos 1950, estabeleceu-se no Brasil, onde desenvolveu seu trabalho como artista. A partir da década de 1960, passou a viajar à Amazônia e ao Pantanal, coletando resquícios de troncos em áreas devastadas por queimadas. Em uma dessas expedições, redigiu, com Pierre Restany e Sepp Baendereck, o Manifesto do Naturalismo Integral (1978), que consolida seu pensamento socioambiental. Sua experiência ecológica também influenciou suas escolhas de vida, passando a residir em seu sítio em Nova Viçosa, cercado pela Mata Atlântica.


Catálogo


Por ocasião da mostra, um catálogo amplamente ilustrado será publicado em edição bilíngue, em português e inglês, e em capa dura, reunindo imagens e ensaios comissionados que abordam a trajetória de Frans Krajcberg. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Laura Cosendey, e textos de Cosendey, Felipe Scovino, Malcolm McNee, Paulo Herkenhoff e Patricia Vieira.


Acessibilidade


Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil — com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.


Realização


Frans Krajcberg: reencontrar a árvore é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Vivo, apoio de Mattos Filho e apoio cultural da Henry Moore Foundation e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).


Serviço:


O que: Frans Krajcberg: reencontrar a árvore


Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Laura Cosendey, curadora assistente, MASP


Quando: 16/5 a 19/10/25


Onde: 2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi, MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP 01310-200 Telefone: (11) 3149-5959


Horários e preços: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.


Fonte: Ascom/Ipac

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