Cid confirma ao Supremo Tribunal Federal que Bolsonaro estudou e modificou a minuta golpista.
O primeiro dia de interrogatório dos acusados de terem planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022 indicou que esta será uma semana repleta de surpresas no Supremo Tribunal Federal. O primeiro a testemunhar, o tenente-coronel Mauro Cid, iniciou a audiência revelando que o ex-presidente Jair Bolsonaro leu, recebeu e modificou a chamada "minuta do golpe", um dos documentos confiscados pela Polícia Federal que descrevia as ações autoritárias planejadas após a efetivação do plano golpista. Ainda é esperado que Bolsonaro e alguns de seus colaboradores mais próximos no Planalto sejam ouvidos até o final desta semana, incluindo os generais Augusto Heleno e Braga Netto.
Bolsonaro, entre as alterações no texto, teria descartado a sugestão de detenção de várias autoridades, mas manteve a decisão de prender o ministro Alexandre de Moraes, que naquele instante ocupava a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Mauro Cid declarou que Bolsonaro reduziu o texto, porém manteve a sugestão de anular as eleições de 2022.
O ex-auxiliar de Bolsonaro também declarou que foi informado pelo então comandante do Comando de Operações Terrestres, general Estevam Theophilo, que o Exército realizaria os planos golpistas se o ex-presidente declarasse oficialmente o golpe. "Para que algo fosse realizado, deveria existir uma ordem, e essa ordem deveria vir do presidente", afirmou Cid, confirmando que Theophilo assegurou que o Exército cumpriria a ordem.
Imagem: Ton Molina/STF
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